10/07/2017 - 19:29
O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, minimizou qualquer tipo de retaliação que possa vir a sofrer de seu partido por ter apresentado um parecer favorável à admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Se eles me expulsarem, vai ser problema deles e não meu”, rebateu. “Eu faço parte de uma ala de um PMDB independente. Então, se fazer parte de um PMDB independente é querer um País melhor, eu me sinto digno de fazer parte disso”, complementou.
Zveiter contou também que, após ler seu parecer, foi hostilizado por colegas do partido, como o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), e o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS). Zveiter acusou Perondi de chamá-lo de “promotor” de forma irônica. “Eu falei para ele deixar de ser moleque”, explicou o relator.
O voto de Zveiter em si não foi uma surpresa para os governistas, mas a contundência com que se manifestou trouxe euforia à oposição e preocupação para a base aliada. “Foi um dia triste para o Estado de Direito”, lamentou Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder da bancada peemedebista.
O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que Zveiter “rasgou” o diploma e concluiu que o voto foi “muito fraco”. Mansur acusou a oposição de usar uma denúncia sem comprovação de fatos para fazer disputa política e partir para o revanchismo. “A oposição quer dar o troco no impeachment da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
A base aliada conta com a produção de um voto em separado contra a denúncia para ser aprovado como substitutivo e ser levado ao plenário. Ao trocar 13 membros da comissão (sendo oito titulares), os aliados afirmam que terão 39 ou 40 votos contra a denúncia. E, se forem detectados potenciais votos contrários, as trocas continuarão.