19/01/2015 - 0:00
A tarde da segunda-feira foi marcada por um apagão inesperado. Nenhum evento dessa natureza é propriamente esperado, mas as mancadas no fornecimento de energia costumam ocorrer em horários de pico, entre as 18 e as 21 horas. Por isso, a falta de energia que deixou sete estados da Região Sudeste indicou a gravidade da situação no setor.
As concessionárias de energia afirmam que interromperam o fornecimento a pedido do Operador Nacional do Sistema (ONS), que, temendo um apagão de grandes proporções, mandou tirar alguns milhões de cidadãos brasileiros – em sua quase totalidade com as contas de energia em dia – da tomada.
A falta de energia interrompeu serviços básicos, como a circulação do Metrô e de trens da CPTM em São Paulo. Desconsiderando-se os transtornos e dificuldades, essa decisão prenuncia, sem trocadilhos, um período de trevas à frente.
Pelas contas de alguns analistas, no pior cenário, a falta de energia e a proliferação dos apagões poderá custar 1,5 ponto percentual de crescimento da economia brasileira.
A Bolsa, que reflete rapidamente as mudanças nas expectativas do mercado, estava em uma leve queda até o fim da manhã, mas fechou em baixa de 2,6%.
As ações de empresas elétricas foram as mais prejudicadas, com quedas de até 7,7%, caso das ações preferenciais da Cemig. Na ponta do lápis, o apagão custou R$ 6,5 bilhões no valor de mercado dessas empresas.