Aunt Jemima, icônica mulher negra que há 130 anos é o emblema das garrafas de xarope e misturas para panqueca da Quaker Oats nas prateleiras americanas perpetua os “estereótipos raciais” e desaparecerá até o final do ano, anunciou a empresa.

“Reconhecemos que as origens de Aunt Jemima são baseadas em um estereótipo racial”, anunciou a marca, que faz parte do grupo PepsiCo, em comunicado.

A imagem e o nome de Aunt Jemima, uma mulher de pele escura e com um sorriso brilhante, evocam o sul dos Estados Unidos e, por associação, seu passado de escravidão, segregação e à permanência das discriminações a que a minoria negra está sujeita.

A imagem, que evoluiu ao longo do tempo “mas não o suficiente”, reconhece a Quaker Oats, desaparecerá de todas as embalagens durante o último trimestre do ano e a empresa também mudará rapidamente o nome.

Os Estados Unidos enfrentam protestos maciços há mais de um mês que denunciam a violência policial contra negros e racismo estrutural, com o legado de centenas de anos de escravidão.

Diante da pressão das ruas, o país mergulhou em uma vasta introspecção sobre o lugar dado à população afro-americana na sociedade e o racismo que atinge e perpetua as desigualdades.

A Quaker Oats, cujos produtos, incluindo os da marca Aunt Jemima, são onipresentes nas prateleiras de todos os supermercados nacionais, foi a última empresa a reagir.

Muitos outros prometeram alterar seus métodos de recrutamento para facilitar a inclusão de membros de minorias ou até mesmo doar dinheiro para projetos de promoção com o objetivo de integrar a comunidade negra.

A marca anunciou que doará US$ 5 milhões para iniciativas direcionadas à minoria afro-americana.