27/06/2014 - 20:00
Em menos de dois minutos, a moeda virtual bitcoin pode se converter em brasileiríssimas cédulas de real. O equipamento responsável pela migração do mundo digital para a economia física é um caixa eletrônico, instalado no shopping Nações Unidas, localizado na zona sul de São Paulo. Ele deve beneficiar não só os turistas que desembarcaram para acompanhar a Copa do Mundo, mas também os nove mil donos de bitcoins no Brasil. Mesmo quem não possui a moeda virtual pode utilizar a máquina para comprá-la, criando uma carteira virtual, que é uma espécie de conta corrente em bitcoins.
A novidade chegou ao Brasil por meio da startup Coinverse, criada por um grupo de investidores independentes canadenses e aqui comandada pelo administrador paulista Safiri Felix. Foram seis meses para importar o primeiro equipamento do Canadá e, desde a instalação, no dia 2 de junho, até a segunda-feira 24, a Coinverse já tinha convertido o equivalente a R$ 72 mil em bitcoins. Como a moeda virtual está sendo cotada a R$ 1.500, deverão ser movimentados R$ 900 mil por ano entre o universo dos bits e mundo dos átomos, estima a empresa.
“Além dos três milhões de turistas brasileiros, até um milhão de turistas estrangeiros devem ter vindo ao Brasil para a Copa, o que nos proporciona uma grande oportunidade para divulgar o serviço”, afirma Felix. O caixa eletrônico realiza operações mínimas de R$ 10, para permitir comprar frações de bitcoins ou sacar reais. As transações são isentas de taxas. O próximo passo será instalar um equipamento desse tipo no Rio de Janeiro, no segundo semestre. Em 2015, a Coinverse planeja expandir suas atividades para o Chile e o Uruguai.
Atualmente, já existem 117 máquinas conversoras de bitcoins para moedas reais em operação, espalhadas principalmente por Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. Criado em 2008, o bitcoin viveu sua maior crise em fevereiro deste ano, quando o maior site de compra e venda da moeda, o MtGox, saiu do ar por suspeita de fraude. Segundo Felix, a transação não oferece riscos. “Os problemas do bitcoin estão relacionados à falta de informação do usuário, e não à fragilidade da moeda”, diz.
“O bitcoin é a maneira mais segura de realizar operações financeiras. Ele é rápido e permite o registro de todas as transações.” A máquina que converte bitcoins em reais não é a primeira ferramenta que se propõe a incluir a moeda na economia real. No mês passado, entrou em operação o portal de pagamentos PagCoin, criado pelo pernambucano João Carlos de Oliveira. O site permite que o cliente faça uma compra e pague a fatura em bitcoins.