O faturamento industrial recuou 1,2% entre abril e maio, segundo dados dos Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 7. Esta é a terceira queda mensal consecutiva do indicador. A sequência negativa resultou em uma retração de 1% no faturamento industrial no trimestre encerrado em maio, em comparação com os três meses anteriores, finalizados em fevereiro.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o resultado reflete a perda de dinamismo da atividade industrial. “A demanda por produtos industriais vem diminuindo, com impactos na atividade e, consequentemente, da receita das empresas. O ano de 2025 ainda será positivo para a indústria, mas em ritmo abaixo do observado em 2024”, explicou em nota divulgada à imprensa.

Já o emprego apresentou uma leve recuperação, com alta de 0,1% em maio, após a queda registrada em abril. Na comparação trimestral, o mercado de trabalho da indústria acumulou crescimento de 0,4%. Outro indicador que interrompeu a sequência negativa foi o número de horas trabalhadas na produção, que avançou 0,8% em maio, após recuos de 2,1% em março e 0,3% em abril. Ainda assim, o desempenho não foi suficiente para reverter a tendência no acumulado do trimestre, que registrou retração de 0,4%.

Massa salarial e rendimento médio

Segundo o levantamento da CNI, a massa salarial da indústria recuou 3,9% em maio, devolvendo boa parte da alta de 4,9% registrada em abril. No acumulado trimestral encerrado em maio, houve queda de 0,6% na comparação com o trimestre anterior, finalizado em fevereiro.

O rendimento médio dos trabalhadores industriais também apresentou retração: caiu 3,8% entre abril e maio, após um avanço de 5,2% no mês anterior. Com isso, o rendimento médio no trimestre de março a maio ficou 0,8% abaixo do registrado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

Utilização da Capacidade Instalada (UCI)

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria registrou leve alta de 0,3 ponto porcentual (p.p) entre abril e maio, passando de 78,2% para 78,5%. O resultado reverte parte da queda vista na passagem de março para abril, quando a UCI caiu 0,6 ponto porcentual. No trimestre encerrado em maio, a UCI caiu 0,1 ponto porcentual em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.