O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que a Coreia do Sul tende a flexibilizar as suspensões sobre a importação de frango brasileiro, proibindo apenas a importação de carne de aves e derivados provenientes do Rio Grande do Sul. Hoje estão suspensas as exportações de frango de todo o País para a Coreia do Sul. “A vistoria pela Coreia no Brasil já foi feita. Estamos na expectativa de que eles vão regionalizar também”, disse Fávaro a jornalistas, na terça-feira, 27, após audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

O embargo ocorre em virtude da confirmação de um caso de gripe aviária em plantel comercial em Montenegro (RS), há uma semana. O protocolo acordado entre Brasil e Coreia do Sul no certificado sanitário internacional previa a suspensão das compras de frango brasileiro de todo o território nacional em caso de gripe aviária, mas as autoridades sul-coreanas optaram pela redução das restrições após as medidas de contenção da doença adotadas pelo Brasil.

Ao todo, as exportações de carne de frango de todo o território brasileiro estão suspensas para 24 destinos. Há ainda 13 mercados para os quais estão impedidas as exportações de frango proveniente do Rio Grande do Sul.

Apesar dos embargos temporários, o ministro afirmou que o prejuízo econômico da gripe aviária será pequeno, pelo fato de que o Brasil exporta 30% de tudo que produz, enquanto 70% são destinados ao mercado doméstico. “É óbvio que uma crise sanitária como essa gera prejuízo econômico, mas para 128 países o comércio está completamente normal, sem restrições. O prejuízo também não é tão grande porque as granjas podem redirecionar o destino”, afirmou o ministro. Ele destacou que o objetivo da pasta é em 28 dias restabelecer o status de normalidade.

Montenegro

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, assegurou que a partir de Montenegro (RS), onde foi detectado um foco de gripe aviária em granja comercial, não haverá novos casos da doença. “Não estamos livres de novos casos por outras evidências, mas podemos dizer com certeza que, a partir de Montenegro, não teremos outros casos. Passados 15 dias, se o vírus tivesse escapado do foco, já teríamos animais morrendo em outras cidades”, afirmou. “Se não teve até agora, não terá nos próximos 20 dias”, acrescentou o ministro.

Em relação às suspeitas da doença em granjas comerciais que estão sendo investigadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO), uma em Anta Gorda (RS) e outra em Aguiarnópolis (TO), o ministro explicou que a análise em granjas comerciais é mais “cautelosa”.

“Quando se trata de granja comercial, somos mais prudentes na análise e fazemos um processo laboratorial mais aprofundado, porque esse é o caso que gera restrição”, disse Favaro.

O ministro voltou a afirmar que há indícios de que a suspeita no Tocantins dê negativa para gripe aviária. “Por precaução e segurança, estamos fazendo todos os testes em laboratório, mas é praticamente certo que ele vai dar negativo”, afirmou.

Sobre o caso confirmado de gripe aviária em aves silvestres em Mateus Leme (MG), Fávaro destacou que o foco não causa restrição às exportações, por não ser no plantel comercial. “É um caso como os outros 164 silvestres que foram detectados nesses dois anos aqui no Brasil, assim como o de animais silvestres no zoológico de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul”, observou o ministro. Segundo Fávaro, a ocorrência em Minas Gerais comprova que não houve mutação do vírus e que ele é carregado por aves silvestres que usam o País como rota migratória, sendo algumas contaminadas.

O ministro também destacou na audiência que o vírus circula há 30 anos no mundo, e há 19 anos em plantel comercial. “No Brasil, o vírus da gripe aviária está presente há dois anos em aves migratórias, enquanto nos Estados Unidos em 30 dias já havia chegado ao plantel comercial. Nos Estados Unidos, 1,95 milhão de aves já foram sacrificadas, enquanto aqui foram 17 mil animais”, comparou o ministro.