04/04/2022 - 14:33
As autoridades dos países ocidentais continuam a promover sanções econômicas aos milionários russos próximos ao presidente Vladimir Putin. Junto ao FBI, a polícia espanhola apreendeu nesta segunda-feira (4), em Mallorca, um iate avaliado em 70 milhões de libras (R$ 431 milhões).
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o iate pertence a Viktor Vekselberg, oligarca russo e aliado de Putin.
+ Alemanha trabalha “todos os dias” para banir energia da Rússia
+ Guerra deve prolongar alta de inflação e elevar aperto à renda, diz membro do BoE
Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido já apreenderam várias superiates dos homens mais ricos da Rússia desde o início da invasão sobre a Ucrânia.
O iate de 78 metros de cumprimento estava registrado em uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Ele acomoda 14 convidados em sete cabines de luxo, além de uma tripulação de 22 pessoas em 11 cabines destinadas aos trabalhadores, segundo o site Super Yacht Fan. O iate foi construído em 2011, atinge velocidade máxima de 38 km/h e exige entre US$ 10 a US$ 12 milhões de manutenção por ano.
De acordo com a polícia espanhola, o iate foi apreendido como parte de uma investigação sobre fraude, lavagem de dinheiro e documentos falsos que teriam sido usados para ocultar a propriedade da embarcação.
Quem identificou a ligação do iate com Vekselberg foram as autoridades americanas. O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (Ofac, na sigla em inglês) ainda disse que Vekselberg possui um jato particular Airbus A319 avaliado em US$ 90 milhões.
O órgão acredita que os ativos de Vekselberg atinjam um total de US$ 6 bilhões, o que inclui o conglomerado Renova Group, empresa russa com interesse em alumínio, petróleo, energia, telecomunicações e uma variedade de setores.
Assim como a maioria dos bilionários russos, Vekselberg fez sua fortuna através da privatização de empresas que pertenciam à extinta União Soviética. O empresário já havia sido sancionado em 2018 pelos EUA devido à participação na anexação da Crimeia, em 2014 – ele nega as acusações.
“Eu sou russo. Eu sou rico. E sim, conheço Putin. Hoje, é o suficiente”, declarou Vekselberg ao Financial Times em 2019.