03/01/2022 - 11:09
Os bancos brasileiros aumentaram de 12,7% para 13,9% a projeção de expansão do crédito em 2021, mas reduziram a estimativa para este ano, de 7,3% para 6,7%, mostra a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas de dezembro. O levantamento é realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a cada 45 dias, após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Nesta edição, a entidade ouviu 18 bancos entre os dias 15 e 21 de dezembro.
O aumento das estimativas de crescimento do crédito em 2021 foi disseminado entre os segmentos do setor. A previsão para a carteira livre subiu de 14,8% para 16,3%, com expansão dos segmentos de pessoa física livre (16,9% para 18,8%) e pessoa jurídica livre (12,7% para 13,9%). A projeção para a carteira de recursos direcionados também avançou, de 8,1% para 10,0%.
Em 2022, a redução da estimativa de crescimento da carteira de crédito total foi puxada por uma contração da projeção de crescimento do crédito pessoal (10,5% para 10,2%). Os bancos também aumentaram a estimativa de taxa de inadimplência da carteira livre, de 3,7% para 3,8%.
Para 68,8% dos participantes, a inadimplência prospectiva da carteira de pessoa física livre não é fonte de grande preocupação e a tendência é de que o indicador retorne ao nível pré-pandemia em 2022. Outros 25,0% afirmam que há potencial de aumento da inadimplência no segmento.
Selic
A mediana das projeções coletadas pela Febraban indica um novo aumento de 1,5 ponto porcentual da taxa Selic em fevereiro, seguido por alta de 1,0 ponto na reunião de março. Com isso, a taxa básica de juros chegaria a 11,75% no fim do ciclo. Segundo a pesquisa, 72,2% dos 18 bancos consultados avaliaram como adequada a decisão do Copom de elevar a taxa Selic em 1,5 ponto porcentual, a 9,25%, na reunião de dezembro. Para 5,6% dos respondentes, o colegiado deveria ter sinalizado um aumento de juros maior na próxima reunião.
Apesar da maior parte dos participantes aprovar a estratégia adotada pelo Banco Central (BC), 50% dos bancos consultados avaliam que é baixa a probabilidade de cumprimento da meta de inflação em 2022, cujo centro é de 3,5%. A outra metade espera que o Copom seja capaz de levar a inflação para o intervalo da meta já neste ano.
PIB
Para o PIB, 83,3% dos bancos consultados esperam um crescimento em 2022, de até 1,0%. Outros 16,7% preveem recessão para a economia do Brasil neste ano, enquanto nenhum dos participantes disse prever crescimento acima de 1,0%. A mediana das projeções indica ainda dólar a R$ 5,60 entre fevereiro e março, avançando a R$ 5,65 em maio e a R$ 5,70 em agosto.
Entre os 18 participantes, 88,9% avaliaram a trajetória prospectiva da dívida pública como desfavorável, enquanto 11,1% estimaram aumento da relação dívida/PIB em 2022, mas estabilização em 2023. Nenhum dos participantes previu dívida menor ou estável já neste ano.
Participaram da pesquisa de dezembro o Banco ABC Brasil, Banco da Amazônia, Bradesco, BTG Pactual, Banco BV, Banco do Brasil, Banco Cooperativo Sicredi, Banco do Estado do Pará, Banco do Nordeste, Itaú Unibanco, Banco Mizuho, Banco MUFG Brasil, Banco Rendimento, Santander Brasil, Banrisul, BRB, Caixa Econômica Federal e Citibank.