Pesquisa da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com economistas mostra que é unânime entre os participantes – 100% dos entrevistados – a expectativa de que o Banco Central vai começar a reduzir os juros em agosto, com reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para os dias 1º e 2. A previsão é que o primeiro corte seja de 0,25 ponto porcentual e as próximos de 0,50 ponto. Nesse ritmo, a taxa básica de juros, a Selic, fecharia 2023 em 12%.

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A pesquisa também questionou os economistas sobre os impactos do ambiente externo na condução da política monetária do BC. A maioria (73,7%) entende que os riscos estão bem equilibrados, e que não devem prejudicar o plano de voo do Copom.

Em relação à taxa de juros neutra da economia, tema mencionado recentemente na comunicação oficial do Banco Central, 52,6% dos analistas consultados pela Febraban estimam que o juro real neutro é de 4,5% ao ano (ou menos), patamar em linha com a recente revisão do BC, que foi de 4% para 4,5%. Já para os demais (47,4%), a taxa neutra é superior a esse nível, ficando em 5% ao ano (ou mais). No geral, a pesquisa mostra que os analistas concordam com a sinalização do BC, de uma taxa neutra mais elevada.

No câmbio, a previsão é de dólar a R$ 5,00 ao final do ano, nível menor que em levantamentos anteriores, onde os analistas previam a moeda americana acima de R$ 5,20.

EUA

Já para os Estados Unidos, não há consenso quanto ao grau restante de aperto monetário que ainda ocorrerá na maior economia do mundo, mas a maior parte (52,6%) dos analistas consultados espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) eleve os juros em 0,25 ponto porcentual apenas mais uma vez, encerrando o ciclo no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano.

O levantamento da Febraban é realizado a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Copom, e esta edição foi feita com entrevistas com 19 bancos entre 28 de junho a 4 de julho.