A aproximação do feriado de carnaval, que ocorre nos primeiros dias de março, preocupa a Secretaria Estadual de Saúde diante do avanço da febre amarela, com 12 casos e oito óbitos em São Paulo.

“O ecoturismo está na moda, que é justamente pessoas entrando na mata. Todas as contaminações de febre amarela (de SP) são de pessoas que, em algum momento, estiveram em mata e ali foram contaminadas”, explicou o secretário Eleuses Paiva nesta segunda-feira, 17.

A febre amarela tem dois diferentes ciclos de transmissão. No silvestre, o vírus circula entre primatas (macacos) e mosquitos silvestres do gênero Haemagogus e Sabethes, e humanos podem ser infectados ao adentrarem áreas de mata e serem picados por esses mosquitos.

No ciclo urbano, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, zika e chikungunya, pode espalhar a doença em áreas urbanas, picando uma pessoa infectada e, depois, transmitindo o vírus a outros indivíduos.

Por ora, o que se desenha é um ciclo silvestre. Desde o ano passado, a secretaria registrou 30 casos do que é chamado epizootia de febre amarela nas regiões de Ribeirão Preto, Campinas, Barretos e Osasco, de acordo com informações da secretaria. Isso significa que 30 primatas não humanos foram encontrados mortos nessas localidades e, posteriormente, quando eles foram examinados, detectou-se contaminação pelo vírus da febre amarela. “As epizootias servem para sinalizar a presença do vírus, principalmente em matas”, explicou Paiva.

A principal medida de proteção contra a febre amarela é a vacinação. Nenhuma das oito vítimas fatais da doença no Estado estavam vacinadas.

Atualmente, o calendário vacinal prevê uma dose do imunizante aos 9 meses de idade e outra, aos 4 anos. Em pessoas com mais de 5 anos não vacinadas previamente, utiliza-se o esquema de dose única. O imunizante é oferecido gratuitamente em postos de saúde de todo o País.

“Não entre em região rural ou de mata sem estar vacinado”, orienta o secretário. Ele lembra que os pacientes precisam ter em mente que a vacina contra a febre amarela começa a oferecer proteção apenas cerca de 10 dias após a aplicação.

De acordo com o secretário, aproximadamente 5 milhões de pessoas no Estado de São Paulo ainda precisam se imunizar contra a doença.

Aqueles que ainda não receberam o imunizante contra a febre amarela, não possuem a carteira de vacinação ou têm dúvidas se foram vacinados, devem buscar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima, orienta a secretaria estadual de Saúde.