O dólar fechou nesta segunda-feira, 14, em baixa ante o real, em uma sessão no geral positiva para os ativos de países emergentes como o Brasil, após os Estados Unidos anunciarem isenção tarifária para alguns produtos eletrônicos, incluindo os vendidos pela China.

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A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,30%, aos R$ 5,8520, na segunda sessão consecutiva de queda. Em abril, porém, a divisa acumula elevação de 2,54%. Veja cotações.

Às 17h08 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,28%, aos R$5,8660.

Já o Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, encostando em 130 mil pontos no melhor momento, tendo Vale entre os principais suportes, em meio a uma relativa trégua nas tensões comerciais desencadeadas pelos Estados Unidos, enquanto Azul disparou com oferta de ações na pauta.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,39%, a 129.453,91 pontos, chegando a 129.955,35 pontos na máxima e a 127.682,58 pontos na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$ 21,5 bilhões.

O dólar no dia

No fim de semana, os EUA divulgaram uma lista de produtos que receberão isenções tarifárias, entre eles smartphones, computadores e outros eletrônicos fornecidos em grande parte pela China. Com isso, estes produtos chineses serão poupados da tarifa recíproca de 125% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O anúncio de isenção foi bem recebido pelo mercado, já que os smartphones representaram a principal importação pelos EUA da China em 2024, totalizando US$ 41,7 bilhões. Os laptops chineses ficaram em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões.

O efeito positivo nos mercados ocorreu a despeito de o próprio Trump afirmar no domingo que anunciará brevemente uma taxa tarifária sobre semicondutores importados, acrescentando que haverá flexibilidade com algumas empresas do setor.

A reação ao alívio tarifário anunciado pelos Estados Unidos foi positiva, com alta das bolsas ao redor do mundo, recuo dos rendimentos dos títulos públicos e queda do dólar ante a maior parte das divisas, incluindo o real.

“Trump tirou um pouco da pressão do setor de celulares, deu uma acalmada. As bolsas estão trabalhando no positivo e podemos dizer que o dia está um pouco mais calmo”, comentou durante a tarde João Oliveira, head da Mesa de Operações do Banco Moneycorp, ao justificar o recuo do dólar ante o real.

Pela manhã, quando o movimento foi mais intenso, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,8286 (-0,70%) às 11h05, para depois chegar a oscilar em alta no início da tarde, atingindo a máxima de R$5,8762 (+0,11%) às 13h12.

Durante a tarde, porém, a moeda norte-americana voltou a ceder, mais alinhada ao que se via no exterior, onde o dólar caía ante divisas pares do real como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.

Às 17h15, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,23%, a 99,681.

A queda do dólar ante o real também estava em sintonia com o avanço do Ibovespa e a baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

Pela manhã, o Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.

Também no início do dia, o BC informou que a projeção mediana dos economistas do mercado para o dólar no fim de 2025 seguiu em R$ 5,90, conforme o boletim Focus.