O dólar oscilou em margens estreitas e encerrou a quinta-feira, 13, em leve baixa ante o real, pouco abaixo dos R$ 5,80, com as cotações refletindo por um lado as novas ameaças de tarifas pelos EUA e por outro o fluxo de venda de moeda em níveis mais altos, em um dia de modo geral positivo para os ativos brasileiros.

A moeda norte-americana à vista fechou com leve baixa de 0,19%, aos R$ 5,7974. Em março, a divisa acumula queda de 2,01%.

Às 17h08 na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,09%, aos R$ 5,8225.

O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira, recuperando o patamar dos 125 mil pontos, com B3 disparando 10% após decisão favorável à companhia em processo de R$ 5,77 bilhões envolvendo amortização de ágio.

CSN também ocupou os holotes, saltando mais de 7% após balanço com forte resultado operacional, assim como Cogna, que recuou cerca de 6% mesmo após desempenho forte de Ebitda e receita, além de anúncio de dividendos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,44%, a 125.646,04 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 123.589,56 pontos na mínima, no começo do pregão, e 125.774,17 pontos na máxima do dia.

O volume financeiro no pregão somava R$ 18,4 bilhões antes dos ajustes finais.

O dólar no dia

Pela manhã as preocupações giraram novamente em torno da guerra tarifária entre os EUA e alguns de seus principais parceiros comerciais. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que aplicará tarifa de 200% sobre vinhos e outros produtos alcoólicos provenientes da União Europeia, caso o bloco não retire a tarifa sobre o uísque norte-americano.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia prometeu impor tarifas contrárias sobre 26 bilhões de euros em produtos norte-americanos a partir do próximo mês, aumentando a guerra comercial em resposta às tarifas norte-americanas sobre aço e alumínio.

A perspectiva de que as tarifas possam encarecer produtos consumidos nos EUA e, com isso, impulsionar a inflação e os juros deu força ao dólar ante boa parte das demais divisas. No Brasil, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$5,8374 (+0,50%) às 10h23.

Com a cotação em patamares mais altos, alguns agentes aproveitaram para vender a moeda norte-americana, que se reaproximou da estabilidade.

“O mercado sabe que Trump chuta lá para cima as tarifas, depois se senta para negociar. Então, o mercado já aprendeu a reagir ao Trump”, disse durante a tarde Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Em um dia de forte alta do Ibovespa e de busca dos estrangeiros pela renda fixa brasileira, o dólar à vista marcou a mínima de R$5,7916 (-0,29%) às 16h52, pouco antes do fechamento. No geral, o ambiente de negócios no Brasil contrastava com o movimento de fuga do risco visto no exterior.

Às 17h13, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,25%, a 103,850.