15/05/2025 - 17:47
O Ibovespa fechou em alta na sessão desta quinta-feira, 15, acima dos 139 mil pontos, em movimento puxado pela Vale e com BRF em destaque antes da divulgação do balanço ainda nesta quinta-feira, 15, enquanto Eletrobras pressionou negativamente após divulgar seu resultado do primeiro trimestre.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,66%, a 139.334,38 pontos, patamar recorde de fechamento, tendo marcado 139.408,29 pontos na máxima e 138.320,61 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 25,2 bilhões.
Novos ruídos envolvendo medidas fiscais também ocuparam as atenções no começo da tarde, chegando enfraquecer o Ibovespa, mas o movimento perdeu força com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que as medidas em preparação pelo governo são pontuais para assegurar o cumprimento da meta fiscal.
Em Wall Street, os pregões fecharam sem uma direção única, com o S&P 500 em alta de 0,41% e o Dow Jones avançando 0,65%, enquanto o Nasdaq cedeu 0,18%.
O dólar fechou nesta quinta-feira, 15, com alta firme no Brasil, na contramão do exterior, com o mercado se apegando a especulações de que o governo estaria preparando um conjunto de medidas para alavancar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, ano eleitoral, com efeitos negativos para a área fiscal.
Mesmo com o desmentido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o dólar à vista fechou em alta de 0,84%, aos R$ 5,6803. No mês, a divisa acumula leve alta de 0,07%.
Às 17h09 na B3 o dólar para junho — atualmente o mais líquido – subia 0,64%, aos R$ 5,6990.
O dólar no dia
Com o alívio na disputa tarifária entre Estados Unidos e China, após acordo de 90 dias entre os países nesta semana, os agentes foram em busca de novos motivos para operar no câmbio brasileiro. E nesta quinta-feira as especulações na imprensa de que o governo poderia lançar medidas econômicas para melhorar a avaliação de Lula deram motivo para a busca por dólares.
Por trás do movimento está a avaliação de que as medidas podem dificultar ainda mais o equilíbrio fiscal — principal ponto fraco do governo Lula, na avaliação dos economistas.
Pouco depois das 14h20, em meio às especulações sobre um possível pacote, o dólar renovou máximas ante o real, com altas superiores a 1%.
Em meio ao estresse, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu dar uma rápida entrevista a jornalistas em Brasília. Segundo ele, as únicas medidas preparadas por sua pasta para envio a Lula são pontuais e para cumprimento da meta fiscal.
“As únicas medidas que estão sendo preparadas para levar ao conhecimento do presidente semana que vem são medidas pontuais para o cumprimento da meta fiscal, como nós fizemos no ano passado”, disse, acrescentando que o Orçamento de 2026 ainda não começou a ser discutido.
Na noite de quarta-feira, após a Veja noticiar que o Ministério do Desenvolvimento Social estaria preparando uma proposta para reajustar o valor do Bolsa Família de R$600 para R$700 a partir de janeiro de 2026, o ministro da pasta, Wellington Dias, disse à Reuters que não há estudo e nem proposta nesse sentido.
Questionado sobre o assunto nesta quinta-feira, Haddad reforçou: “Não há da parte do MDS pressão sobre a área econômica para absolutamente nenhuma iniciativa nova. Isso vale para os demais ministérios”.
O desmentido de Haddad fez o dólar perder força ante o real e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) desacelerarem — mas o movimento foi momentâneo. Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que, ainda que Haddad tenha negado mais uma vez, em nome do governo, as especulações sobre medidas fiscais, o mercado se apegou aos ruídos para operar.
“É especulação, mais do que qualquer coisa”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar o avanço firme do dólar ante o real, mesmo com as negativas do governo.
“O mercado anda parado, de lado, após o acordo entre EUA e China, então tem que surgir algo para os especuladores ganharem dinheiro. E o dólar também estava barato nos níveis próximos de R$5,60”, acrescentou.
Outro operador ouvido pela Reuters fez a mesma avaliação, dizendo que os agentes preferiram se apegar aos ruídos que às falas de Haddad.
Às 15h15 — já após os comentários do ministro — o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$5,7071 (+0,92%), para depois voltar para abaixo deste nível.
O avanço do dólar no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante boa parte das demais divisas, em reação a dados fracos do varejo norte-americano divulgados mais cedo.
Às 17h37, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,18%, a 100,820.
Pela manhã o BC vendeu toda a oferta de 25.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.
O dia do Ibovespa
Análise técnica da Genial Investimento afirma que o Ibovespa continua com tendência de alta em curto, médio e longo prazos, conforme comentário a clientes nesta quinta-feira.
“O Ibovespa continua operando acima de 136.150 pontos onde validou um pivot de alta… sendo que os próximos objetivos passam a ser as projeções de 61,8% e 100% de Fibonacci que ficam respectivamente em 144.345 e 149.410 pontos. Já os próximos suportes ficam em 132.870, 122.890 e 122.660 pontos”, afirmou.
DESTAQUES
– VALE ON avançou 1%, endossada pelo avanço dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,17%, a 736,5 iuanes (US$102,13) a tonelada.
– BRF ON subiu 4,78%, tendo no radar o balanço do primeiro trimestre, após o fechamento do mercado. Projeções compiladas pela LSEG apontam Ebitda de R$2,6 bilhões. MARFRIG ON, que controla a BRF e também reporta resultado nesta quinta-feira, valorizou-se 4,34%.
– ELETROBRAS ON caiu 3,22%, após prejuízo líquido de R$354 milhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro de R$331 milhões apurado no mesmo período em 2024, com queda no resultado operacional por menor receita de transmissão e maiores custos com energia comprada para revenda.
– BANCO DO BRASIL ON recuou 1,21% antes da divulgação do resultado do primeiro trimestre, após o encerramento dos negócios na bolsa nesta quinta-feira. Estimativas compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de R$9,2 bilhões para os primeiros três meses do ano.
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 1,34%, em dia com desempenho positivo dos bancos privados do Ibovespa. BRADESCO PN avançou 0,99%, SANTANDER BRASIL ON encerrou com acréscimo de 0,07% e BTG PACTUAL UNIT terminou o dia com ganho de 0,27%.
– LOJAS RENNER ON valorizou-se 3,51%, tendo como pano de fundo relatório do UBS BB reiterando recomendação de compra para as ações da varejista de moda e elevando previsões para os lucros líquidos ajustados em 2025 e 2026, bem como o preço-alvo dos papéis de R$14,50 para R$21.
– PETROBRAS PN encerrou com variação negativa de 0,13%, em meio ao declínio do petróleo no exterior, onde o barril de Brent caiu 2,36%, a US$64,53. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) indicou uma greve de advertência nos dias 29 e 30 de maio nas unidades da Petrobras.
– EQUATORIAL ON cedeu 0,51%, após balanço do primeiro trimestre mostrar um resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de R$2,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 14,5% frente ao mesmo intervalo de 2024, mas queda de 16,4% no lucro líquido ajustado.
– GOL PN, que não está no Ibovespa, subiu 2,15%, após o balanço dos primeiros três meses do ano, com lucro líquido de R$1,38 bilhão.
– AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, recuou 8,19%, após balanço do primeiro trimestre com prejuízo líquido de quase meio bilhão de reais, revertendo lucro de R$453 milhões um ano antes.