O mercado de trabalho paulista nos segmentos de serviços e comércio traz duas grandes notícias; uma muito boa e outra ruim. A boa é que segundo dados elaborados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nas tabelas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), juntos os dois setores abriram 190,4 mil postos de trabalho com carteira assinada no período compreendido entre janeiro a julho.

O saldo médio de contratações no período, considerando a admissões e os desligamentos feitos pelo setor de serviços nos primeiros 7 meses de 2023, foi de 176,8 mil postos de empregos formais. O comércio, por sua vez, fichou no mesmo período as carteiras de trabalho de 13,6 mil trabalhadores. Em julho não foi diferente. Os dois segmentos fecharam também no azul com cada um abrindo 12 mil postos celetistas.

A notícia ruim, de acordo com a FecomercioSP, é que embora os números, especialmente os de julho, sejam semelhantes, eles revelam cenários diferentes no Estado. Isso porque, se por um lado, o comércio teve, em julho, o melhor resultado mensal desde novembro do ano passado, puxado pela demanda da força de trabalho em segmentos como de alimentos e medicamentos, em 2023 o setor tem convivido com um contexto de abertura de vagas mais lento do que o experimentado no ano passado.

Além disso, segundo a FecomercioSP, os serviços – que viveram uma guinada nos primeiros meses de 2023, gerando 50 mil novos empregos em fevereiro e 37 mil em março -, parecem, agora, mais próximos a uma estabilização.

“Sinal disso é o fato de o resultado de julho ter representado o segundo desempenho mais fraco do ano, entrando no quinto mês seguido de queda no saldo positivo de vagas”, assinalam os economistas do Departamento de Assessoria Econômica da entidade.

Para o departamento, “assim, é possível dizer que, no futuro próximo, o mercado de trabalho paulista deverá crescer proporcionalmente de forma mais evidente no comércio, em especial as atividades de consumo menos adiável”. Já os serviços, embora continuem gerando vagas até dezembro, já convivem com um arrefecimento em relação àquele forte ritmo de expansão visto desde o período de reabertura pós-pandemia de covid-19.