Os 22 maiores bancos dos Estados Unidos “têm capital suficiente para absorver mais de US$ 550 bilhões em perdas” e manter a capacidade de concessão de crédito mesmo diante de uma recessão severa, afirmou o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta sexta-feira, 27.

Os resultados do teste de estresse de 2025, conduzido anualmente pelo banco central americano, confirmaram que todos os participantes foram aprovados e “mantêm índices de capital regulatório acima dos mínimos exigidos” ao longo de todo o cenário projetado. O cenário de recessão severa é hipotético e foi usado apenas como um exercício.

Segundo o comunicado, o índice agregado de capital de melhor qualidade (CET1) caiu de 13,4% no fim de 2024 para um mínimo de 11,6% sob o cenário adverso, antes de se recuperar para 12,7% ao fim do horizonte de nove trimestres. O Fed destacou que essa queda de 1,8 ponto porcentual é menor do que a observada em anos anteriores, em parte por “perdas menores com empréstimos e aumento mais significativo da receita operacional líquida antes de provisões (PPNR)”.

O teste de 2025 considerou uma recessão global severa, com desemprego nos EUA atingindo 10% e queda acumulada do PIB real de 7,8%. Ainda assim, nenhuma instituição foi reprovada.

Entre os participantes estavam bancos de grande porte como JPMorgan Chase, Citigroup, Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley. Também participaram instituições estrangeiras com operações relevantes nos EUA, como Barclays US, UBS Americas, Deutsche Bank USA, BMO e RBC USA. O Charles Schwab Corporation se destacou por manter o maior índice de capital no cenário adverso, com 32,7%.

O Fed ressaltou que as projeções são hipotéticas e visam avaliar a resiliência do sistema financeiro, não sendo previsões de perdas reais. “As diferenças nos resultados entre os bancos refletem variações nas linhas de negócios, composição dos ativos e características de risco das carteiras”, explicou a autoridade.