29/06/2023 - 7:20
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou nesta quinta-feira, 29, que as decisões sobre a continuidade no aperto monetário vão depender da evolução na economia, “que é sempre incerta, particularmente hoje”. Powell voltou a reforçar que as decisões vão ser tomadas a cada reunião, continuando a um “passo moderado”.
+ Brasil lidera em juros no mundo; entenda movimento dos bancos centrais e efeitos no país
+ Fed interrompe ciclo de altas e mantém juros nos EUA na faixa entre 5,00% e 5,25%
“Aumentamos nossa taxa de juros em 5 pontos porcentuais em pouco mais de um ano, então a política monetária esteve restrita por poucos meses. Ainda estamos esperando para sentir os reais efeitos do aperto na atividade e na inflação. É difícil dizer em qual velocidade vai acontecer. Nosso compromisso não é com um número específico de altas de juros, mas com uma postura suficientemente restritiva para trazer a inflação de volta a 2%”, disse Powell, durante painel na IV Conferência sobre Estabilidade Financeira, em Madri (Espanha). “O momento e a extensão das altas vão depender do curso da economia.”
Bancos falidos
Jerome Powell também disse que os três bancos que faliram nos Estados Unidos – Silicon Valley Bank, Signature Bank e First Republic Bank – tinham duas características em comum: um gerenciamento de taxa de juros “muito ruim” e um modelo de financiamento que envolvia grandes quantidades de depósitos não segurados.
Durante o painel em Madri, Powell afirmou que o Fed está agindo para que o sistema se estabilize. “No curto prazo, estamos em contato com instituições que têm essas características, para aperfeiçoamentos. No médio prazo, acreditamos que há meios de fortalecer a regulação e a supervisão”, disse.
No mesmo painel, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco da Espanha, Pablo Hernández de Cos, avaliou ser “importante colocar mais ênfase na supervisão” do setor bancário, que “não estava funcionando bem”. Mas o ele afirmou que, “embora crucial, não é fácil supervisionar a sustentabilidade dos modelos de negócios dos bancos”.