Diante da ameaça de aumento da inflação, o Fed (Federal Reserve) esperará até pelo menos o próximo trimestre para cortar a taxa de juros novamente, de acordo com a maioria dos economistas em pesquisa da Reuters, que anteriormente esperavam uma redução em março.

Os economistas têm aumentado suas previsões de inflação desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, foi eleito, com base nas preocupações de que suas políticas, especialmente as tarifas de importação, possam reacender as pressões de preços na economia.

Depois de reduzir os juros em 100 pontos-base acumulados entre setembro e dezembro, os membros do Fed, incluindo o chair Jerome Powell, têm dito recentemente que “não estão com pressa” para reduzir ainda mais os juros.

Com um mercado de trabalho forte e gastos do consumidor ainda sólidos, muitos economistas veem a maior economia do mundo em um ponto ideal, com pouca necessidade de juros mais baixos.

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Tarifas sobre aço e alumínio

Trump implementou na segunda-feira, 10, novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Por outro lado, a Casa Branca adiou seu plano de aumentar as taxas sobre México e Canadá até 1º de março, mas impôs uma tarifa de 10% sobre as importações da China.

“As tarifas são inflacionárias e podem ser bastante negativas para o crescimento econômico também. Essa incerteza significa apenas que o Fed está meio que esperando e querendo ver o que realmente acontece”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING.

Próximo corte de juros

Embora uma maioria de quase 60% dos economistas em uma pesquisa de janeiro esperasse que o banco central dos EUA reduzisse os juros em março, eles ficaram divididos na pesquisa de 4 a 10 de fevereiro sobre quando o Fed fará o próximo corte.

Uma maioria de dois terços dos analistas, 67 de 101, espera pelo menos um corte até o final de junho, com 22 dizendo março e 45 projetando um movimento no segundo trimestre.

Apenas 17 dos economistas disseram que o próximo corte ocorrerá na segunda metade do ano, e 16 não esperam nenhum corte neste ano.

Os contratos futuros da taxa de juros estão precificando uma probabilidade de pouco mais de 50% de um corte até meados de 2025.

Inflação

Quase 60% dos entrevistados, 27 de 46, que responderam a uma pergunta adicional disseram que os riscos de inflação dos EUA decorrentes das tarifas aumentaram recentemente. Outros 17 disseram que não houve mudança, e apenas dois disseram que houve queda.

Crescimento

Após um crescimento anualizado de 2,3% no último trimestre, a economia dos EUA se expandirá 2,2% este ano e 2,0% em 2026, mais do que o que as autoridades do Fed consideram atualmente como a taxa de crescimento não inflacionária de 1,8% nos próximos anos, segundo a mediana da pesquisa.

Desemprego

A taxa de desemprego, que caiu para 4% no mês passado, foi prevista em 4,2% neste ano e 4,1% no próximo.