03/05/2023 - 7:33
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) – O Federal Reserve deve elevar nesta quarta-feira a taxa de juros e talvez sinalizar uma pausa em seu ciclo de aperto monetário de 14 meses, à medida que as autoridades equilibram a necessidade de desacelerar a inflação contra um conjunto premente de riscos, que vão desde falências bancárias até a possibilidade de inadimplência da dívida dos EUA já no próximo mês.
Os investidores acreditam que o banco central dos EUA seguirá com um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros ao final da reunião de política monetária. O comunicado será divulgado às 15h (horário de Brasília) e o chair do Fed, Jerome Powell, falará a repórteres meia hora depois.
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Mas o novo comunicado e o que Powell falará sobre ele terão que conciliar um conjunto de riscos que se tornaram mais conflitantes.
A inflação tem caído apenas lentamente, deixando algumas autoridades do Fed nada convencidas de que a taxa de juros subiu o suficiente para realmente controlá-la. No entanto, a própria economia parece estar enfraquecendo, um trio de falências bancárias recentes levantou preocupações sobre problemas mais amplos no setor financeiro e a natureza instável das negociações sobre o limite da dívida entre republicanos no Congresso e a Casa Branca controlada pelos democratas pode desencadear uma crise aguda se o governo dos EUA for forçado a parar de pagar suas contas.
Em março, 10 das 18 autoridades do Fed indicaram que provavelmente estavam prontas para interromper os aumentos dos juros depois de mais um aumento, esperado na reunião desta semana, elevar a taxa de juros de referência do Fed para a faixa de 5,00% a 5,25%.
Entre esse consenso e outros problemas que se intensificaram nesse ínterim, o Fed deve ao menos abrir as portas para a perspectiva de que esse aumento seja o último do atual ciclo de aperto, sem uma surpresa inflacionária futura.