23/07/2022 - 9:15
O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, deve elevar a taxa de juros em 0,75 ponto porcentual na próxima quarta-feira (27), disseram economistas ouvidos por DINHEIRO. O número é um pouco menor do que o esperado pelo mercado na semana passada, que estimava um aumento de até 1 ponto percentual após a divulgação da maior inflação em 40 anos na maior economia do planeta.
Para o economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, os temores de uma desaceleração da economia levaram os preços da commodities, como o petróleo, para baixo. Ele disse acreditar que fatores como esse tendem a fazer com que o banco central americano não seja tão duro como era esperado na semana passada.
+ Ação do governo contra inflação onera pobres, dizem economistas
“O temor de uma grande recessão global não fará o Fed ser tão agressivo, mas a gestão de Powell ainda vai elevar os juros em 0,75 ponto porcentual na próxima quarta”, afirmou Miraglia. Ele disse ainda que espera uma nova elevação de 0,75% para a reunião de setembro.
Na mesma linha de raciocínio está o CEO da Conti Capital, Carlos Vaz, que disse acreditar que o banco central americano fará duas elevações de 0,75 ponto porcentual, uma na próxima semana e outra em setembro.
Até o final de 2022, ele afirmou estimar mais duas altas de 0,25%. Sendo assim, ele disse que o ano deve terminar com juros americanos em 3,75%. “Isso certamente vai acrescentar volatilidade e incerteza, provocando dias de mais tensão para os investidores globais”, disse Vaz.
BRASIL O mercado brasileiro será influenciado pelas decisões do Fed. Por isso, os analistas disseram que o mercado acionário brasileiro vai sofrer. “Em alta de juros lá fora, o capital estrangeiro tende a migrar para países nos quais o ambiente é mais estável e menos impactado pelas incertezas”, disse Vaz.
Os analistas estimam que o dólar se aprecie em relação ao real durante o próximo ano. “Em meio ao cenário de alta de juros, vemos o dólar a R$ 5,50 no fim de 2022 e a R$ 6,10 no fim de 2023”, disse Miraglia.
Ele afirmou que espera essa reação também por causa do juros aqui no Brasil. Para ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve elevar os juros para 13,75% e permanecer com essa taxa até o primeiro trimestre de 2023. “Após a manutenção da taxa em 13,75% até o final de março de 2023, a estimativa é que o juros comece a cair gradativamente até 10%, patamar que deve terminar no próximo ano”, afirmou.