A maioria do Comitê Monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano) considera pertinente uma desaceleração “em breve” das elevações das taxas de juros, segundo as atas da reunião do começo de novembro, publicadas nesta quarta-feira (23).

“Um ritmo mais lento nos aumentos das taxas deveria permitir ao Comitê avaliar melhor o progresso” da luta contra a inflação, preservando, ao mesmo tempo, o mercado de trabalho, destacam.

“Uma maioria substancial dos participantes considerou que uma desaceleração em breve no ritmo de aumento seria apropriado”, segundo as minutas da reunião, realizada em 1º e 2 de novembro.

O Fed seguiu por um caminho agressivo para esfriar a demanda e baixar os preços na maior economia do mundo, à medida que a inflação subiu ao maior nível em décadas, elevando a taxa básica de juros seis vezes este ano, situando-as entre 3,75% e 4%.

As taxas de juros dos fundos federais condicionam o crédito e estes aumentos debilitaram de forma notável o mercado imobiliário, ao encarecer os empréstimos hipotecários.

– Riscos –

Para a próxima reunião do Comitê Monetário (FOMC), da autoridade americana, prevista para 13 e 14 de dezembro, os mercados já estavam em grande medida convencidos – antes da publicação das minutas – de que o Fed só elevará os juros em 50 pontos básicos, segundo a companhia CME.

De fato, a inflação começou a desacelerar um pouco, situando-se em 7,7% ao ano em outubro, segundo o índice do IPC, contra 8,2% em setembro.

Mas os integrantes do FOMC “continuam esperando que os aumentos das taxas de juros prossigam até que se alcance uma zona suficientemente estreita para controlar a inflação”, de acordo com as atas.

Por outro lado, não dão indícios sobre qual seria o “nível final” das taxas algum dia, que “continua sendo muito incerto”.

Mas alguns de seus membros acreditam que será “mais alto do que pensavam anteriormente”, já que “a inflação dá poucos sinais de diminuir”. A reunião foi celebrada uma semana antes da publicação do último IPC.

Também parece estar surgindo um debate com “alguns participantes” preocupados com um aumento excessivo das taxas de juros.

“Existe o risco de que o endurecimento cumulativo da política monetária supere o necessário para reduzir a inflação” à meta de 2%, temem alguns membros, que também consideraram que suavizar o ritmo dos aumentos poderia reduzir os riscos de instabilidade no sistema financeiro.