O vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed), Michael Barr, apresentou nesta segunda-feira, 10, um plano para exigir mais capital aos grandes bancos americanos e evitar novos estresses bancários. Segundo ele, a ideia é aproveitar a estrutura de regulação já existente nos EUA, mas expandir as regras de capital para bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos. Hoje, a maior parte das regras só se aplica a bancos com mais de US$ 700 bilhões.

“A quebra de bancos com US$ 100 bilhões de capital já gera uma possibilidade de novas quebras de bancos. As quebras dos últimos meses mostraram isso”, ponderou Barr, que sugere uma abordagem diferente e mais resiliente para os bancos dos EUA. Uma das estratégias apresentadas por ele é tornar obrigatório que todos os bancos com US$ 100 bilhões ou mais de capital mantenham uma carteira de dívidas de longo prazo. Essa é uma forma de garantir que os bancos tenham onde buscar liquidez em casos extremos, como as quebras de março ou a pandemia, avaliou ele.

Ele propôs também tornar o teste de estresse bancário mais rígido e criar um mecanismo padronizado capaz de medir os riscos. “Já são 14 anos de testes de estresse e as surpresas da vida real durante esse período deixaram claro que os testes precisam ser mais estressantes para preparar adequadamente os bancos”, disse.

Segundo Barr, a maior parte dos bancos já tem capital para conseguir se adequar às regras, mas aqueles que ainda precisam aumentar poderiam manter os dividendos aos investidores e reter lucros por dois anos.