Presidente da distrital de Dallas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lorie Logan disse que o comitê de dirigentes votantes da instituição (FOMC) poderá precisar “fazer mais” para alcançar suas metas econômicas.

“Prevejo que precisaremos de condições financeiras restritivas contínuas para levar a inflação a 2% e alcançar de forma sustentável os nossos objetivos de máximo emprego e estabilidade de preços”, afirmou ela, em discurso no período da manhã, em evento da National Association for Business Economics.

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Lorie Logan destacou, no entanto, que as condições financeiras já ficaram substancialmente mais apertadas nos últimos meses, e que muito disso se deve à alta nas taxas de juros de maior prazo.

“Enquanto o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) controla a taxa overnight dos fed funds, as famílias e as empresas normalmente contraem empréstimos a prazos mais longos. As taxas de longo prazo influenciam, portanto, a atividade econômica de forma mais direta que a taxa dos fed funds”, explicou ela.

Mesmo assim, “considerando que a força da economia está por trás da alta nos juros de longo prazo”, o FOMC pode precisar elevar sua taxa de fed funds, sugeriu a dirigente.

Inflação e mercado de trabalho

Lorie Logan afirmou que a inflação continua alta demais e o mercado de trabalho permanece muito forte nos Estados Unidos. A dirigente observou ainda que dados de gastos e crescimento no emprego estão superando expectativas.

O risco mais importante ao cumprimento das metas do Fed continua sendo a inflação elevada, na opinião de Lorie Logan.

Ela falou que dados são encorajadores – citando que o índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) mais recente mostrou melhora -, mas que ainda é cedo demais para dizer com confiança que a inflação ruma a 2% de forma sustentável.

Lorie Logan comentou também que o mercado de trabalho está menos aquecido que há um ano, mas continua muito forte.

Ela disse que o crescimento salarial permanece sólido, e que produção e gastos vieram surpreendentemente fortes em 2023. “A força é de base ampla”, resumiu.