O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, está sendo investigado por fraude fiscal em Portugal, a um mês da Copa do Mundo, anunciou nesta quarta-feira à AFP o gabinete do procurador-geral da República.

A investigação aberta pelo Ministério Público português é relativa a fatos que teriam ocorrido entre 2003 e 2008, quando Felipão era o treinador da seleção de Portugal.

“Luiz Felipe Scolari está sendo investigado como parte de um processo aberto pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), relacionado a eventuais infrações fiscais”, indicou uma porta-voz da Procuradoria Geral.

A justiça portuguesa suspeita que o técnico brasileiro não tenha declarado ganhos de 7 milhões de euros, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.

Scolari negou à AFP no Brasil que tenha cometido qualquer irregularidade. “Eu fiz todas as minhas declarações de renda corretamente. Em todos os países onde trabalhei, sempre declarei os meus rendimentos. Tenho absoluta convicção da correção das minhas declarações. Se há algo errado, não é comigo”, disse.

Como parte da investigação, o Ministério Público português enviou “pedidos de cooperação judicial a Holanda, Reino Unido, Brasil e Estados Unidos”, indicou Procuradoria Geral portuguesa.

Uma primeira informação havia sido divulgada pelo jornal holandês Het Financieele Dagblad, que teve acesso à solicitação de cooperação judicial do DCIAP à justiça americana, país para onde o dinheiro teria sido transferido.

De acordo com esse jornal, o treinador foi alvo de uma investigação por evasão fiscal e lavagem de dinheiro, por meio de empresas com sede nas Bahamas e em outros países.

Scolari teria recebido o dinheiro em questão por direitos de imagem através de duas empresas sediadas na Holanda, a Chaterella Investors Limited e a Flamboyant Sports.

Segundo a Folha, Felipão pode ser condenado a 12 anos de prisão, se for considerado culpado.

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