Entre 200 e 540 milhões de anos atrás, o planeta Terra não tinha a constituição que conhecemos hoje, uma vez que contava com um único e gigante continente, a Pangeia. Assim sendo, era banhado por apenas um oceano, o Pantalassa. Contudo, devido a vários fenômenos naturais, como terremotos e atividades vulcânicas, este continente único começou a se quebrar e, gradualmente, formou as estruturas que conhecemos.

Hoje, as placas tectônicas da Terra, responsáveis pelos fenômenos naturais que dividiram a Pangeia, permanecem em movimento. Como resultado, o Oceano Atlântico está aumentando, ao passo que o Pacífico está diminuindo.

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Da mesma forma, esta deslocação lenta deve-se ao movimento das placas tectônicas da Terra. Ou seja, as placas por baixo da América estão se afastando das que estão por baixo da Europa e África.

Apesar da compreensão sobre as forças profundas e geofísicas estar longe de plena, os investigadores pensam ter identificado um importante elemento que contribui para este fenômeno.

Para prová-lo, os investigadores destacaram uma frota de 39 sismômetros, ao longo do fundo do Atlântico, a fim de registar movimentos sísmicos na Crista Média Atlântica, que é a fronteira que separa a América da Europa e África.

Então, as leituras registadas monitoram o fluxo de matéria na transição do manto, localizado entre o manto superior e inferior, permitindo à equipa captar imagens dessa transição a uma profundidade de 660 quilómetros abaixo da superfície.

Posto isto, os resultados sugerem que as camadas de matéria química não se limitam a profundidades rasas na Crista Média Atlântica. Por outro lado, podem emergir nas áreas mais profundas da zona de transição do manto, sugerindo que a matéria do manto inferior suba.

Que as cristas média oceânicas contribuíram para o fenômeno da propagação do fundo do mar não é uma novidade para os cientistas. Contudo, as novas descobertas mostram que os processos globais envolvidos se estendem muito mais para dentro da Terra do que se pensava anteriormente.

Além disso, podem ocorrer mesmo em áreas do fundo do mar não marcadas por regiões onde se conhece subducção de placas. Conforme acreditam os pesquisadores, as restrições para realizar medições in situ revelaram-se um desafio.

O trabalho refuta suposições de há muito tempo que dizem que as cristas média oceânicas podem desempenhar um papel passivo nas placas tectônicas.