04/09/2019 - 15:12
A transferência de “seguros públicos” para a iniciativa privada poderia quase que dobrar esse mercado no País, de acordo com o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Antonio Trindade. Nesta lista, estão como exemplos o seguro desemprego e de acidentes de trabalho e ainda o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), citados pela superintende da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange Vieira.
“Se diminui o tamanho do Estado e deixa a iniciativa privada ocupar esses setores, o mercado de seguros pode alcançar mais 3%, 4% do PIB, e quase que dobrar de tamanho ao atual”, disse Trindade, em coletiva de imprensa, durante a Conseguro, evento do setor de seguros que acontece em Brasília até esta quinta-feira.
Atualmente, o setor de seguros, considerando saúde, representa em torno de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Um movimento de enxugamento do Estado e maior predominância do setor privado frente às proteções públicas poderia, inclusive, conforme Trindade, atrair mais empresas para o Brasil, um dos desejos da atual gestão do órgão que regula o mercado.
No passado, por exemplo, o mercado de seguro de acidentes de trabalho (SAT) era privado, mas foi estatizado e integrado à Previdência Social. A antiga gestão da Susep tentou devolvê-lo à iniciativa privada, mas o tema não avançou. “Em qualquer lugar do mundo, acidentes de trabalho são um risco privado”, observou Trindade.
A Colômbia, conforme o presidente da Confederação das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, conta com um modelo misto, onde o segmento de acidentes de trabalho está dividido entre a esfera pública e a privada. “Temos de fazer conta e ver como esse modelo poderia ser colocado no Brasil”, atentou ele.
*A repórter viajou a convite da CNSeg