12/07/2021 - 18:57
Julho é tradicionalmente um mês de férias escolares em que as pessoas costumam viajar. Apesar de a pandemia de Covid-19 não arrefecer, muitas pessoas já buscam alguns destinos para aliviar estresse, fugir da rotina de isolamento em casa, rever familiares distantes, entre diversos motivos.
De acordo com dados da empresa Amadeus publicados em 8 de julho, houve um aumento de 105% de procura no trecho São Paulo-Rio de Janeiro (ponte aérea), em julho, em relação ao mesmo mês do ano anterior, ambos ainda abaixo da média pré pandemia. O número indica que as pessoas estão menos preocupadas com a crise sanitária em relação a 2020 e que o setor de turismo já aposta em uma retomada.
Contudo, especialistas alertam: não importa se você já tenha tomado as duas doses da vacina, seguir as recomendações sanitárias segue sendo imprescindível para viajar. “As recomendações são as mesmas para quem se vacinou totalmente ou parcialmente. Como a vacina não é 100%, também existe risco com uma ou duas doses. Ainda estamos em um patamar alto, não podemos admitir mais de mil mortos por dia e achar que está tudo bem”, afirma Flávia Bravo, gerente médica do Centro Brasileiro de Medicina do Viajante.
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Bravo explica que o avanço da vacinação e a redução de óbitos pode criar uma falsa percepção de segurança que induza ao relaxamento. No entanto, alerta que a redução no número de mortes representa basicamente a faixa etária já imunizada. Além disso, é preocupante viajar em um cenário com apenas parte da população vacinada porque mantém o vírus em circulação e favorece o surgimento de novas variantes.
“A segunda onda na Europa apareceu depois das férias. As pessoas têm que continuar (se cuidando), não temos o controle da pandemia. Nossa situação não é confortável, mas tudo depende para onde você vai, qual a circulação do vírus naquele lugar”.
Bravo ressalta que viajantes devem seguir as mesmas recomendações: distanciamento social, uso de máscara, higiene com as mãos, evitar aglomerações, locais fechados. As orientações servem para qualquer destino, nacional ou internacional, para ônibus ou avião, para familiares e desconhecidos.
“Viajar neste momento é uma questão de bom senso na hora de fazer as escolhas. Não se sentir relaxado com os números de mortes caindo ou estáveis ou com o avanço da vacinação. Se tiver que viajar, saiba escolher e continue colaborando com a não disseminação”, completa a médica.
Os dados do levantamento “mostram que as viagens estão muito vivas no Brasil, e que há uma grande demanda reprimida. Seja por conta do aumento da vacinação, da recuperação econômica acima do esperado, ou pelas medidas sanitárias tomadas por hotéis, companhias aéreas e aeroportos, é um fato que os consumidores estão ansiosos por sentir novamente o prazer de viajar”, diz Paulo Rezende, diretor comercial da Amadeus para a América do Sul, em comunicado.
Atualmente, os brasileiros são aceitos em aproximadamente 75 países, sendo que a maioria exige um teste negativo de Covid feito até 72 horas antes. O aplicativo Conecte SUS (iOS e Android), desenvolvido pelo Ministério da Saúde, emite uma certificação digital de vacinação contra o coronavírus disponível em português, inglês e espanhol – vale também carregar em mãos o certificado físico recebido no ato da vacinação.
Outra recomendação é checar se o país de destino aceita o imunizante utilizado, o que pode ser verificado com autoridades locais, agências de viagem ou companhias aéreas.