São Paulo, 14/03 – A norueguesa Yara inaugurou nesta quarta-feira em Sumaré (SP) sua primeira fábrica de fertilizantes foliares e micronutrientes no Brasil, conforme nota divulgada pela companhia. A nova planta recebeu investimento de R$ 100 milhões e é a única da Yara localizada fora da Europa. “Além de o Brasil responder por um terço do volume e um quarto do faturamento global da empresa, o mercado deste tipo de tecnologia é promissor”, disse a companhia no comunicado. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) divulgados pela empresa, as vendas de fertilizantes especiais devem crescer 10% em 2018. Com a fábrica brasileira, a Yara também pretende diminuir a importação de matérias-primas.

Até então a YaraVita, linha da empresa para adubos foliares e micronutrientes, só possuía uma fábrica em Pocklington, na Inglaterra. A planta do interior paulista tem 11 mil metros quadrados com construções e 7,2 mil m? de área produtiva. Conta com quase 100% de seus processos automatizados e intervenção humana mínima, apenas no abastecimento de matéria-prima, troca de etiquetas e embalagens. Sumaré foi escolhida por questões logísticas, em virtude de sua conexão por rodovias e ferrovias aos principais polos agrícolas e ao Porto de Santos, aonde chegam as principais matérias-primas que abastecem a unidade. O local abriga ainda a misturadora mais moderna da Yara no Brasil.

“O Brasil, hoje, é um dos países mais importantes para os negócios da Yara. Com mais de US$ 3 bilhões em investimentos e aquisições, a empresa aposta na agricultura brasileira e tem a estratégia de aumentar o padrão de qualidade do mercado nacional de fertilizantes”, disse em nota o presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara International, Lair Hanzen. A planta de Sumaré começará suas operações produzindo quatro produtos da linha YaraVita, mas tem capacidade operacional para mais de 30 adubos da marca.

Outros investimentos

Além do aporte para a construção da nova fábrica, a Yara está investindo R$ 1,5 bilhão no complexo de Rio Grande (RS) para atender à demanda dos Estados do Sul, de Mato Grosso do Sul e do Paraguai nos próximos 25 anos. O projeto prevê a inauguração de novos armazéns, instalação de novas plantas de granulação, de acidulação e de ensacados e big bags totalmente automatizadas, visando à duplicação da capacidade de produção e de mistura de fertilizantes.

A empresa também investe R$ 2,6 bilhões no Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre (MG) por meio de uma joint venture com a Galvani. Com o projeto, a Yara pretende aumentar a extração do fosfato e reduzir sua dependência de importações. Quando estiver em operação plena, o complexo poderá produzir 1,2 milhão de toneladas anuais de rocha fosfática, que será utilizada na produção de fertilizantes. O cronograma prevê a finalização das obras da fase de mineração em 2018 e o início da operação das plantas químicas em 2019. O minério extraído e beneficiado em Serra do Salitre será transportado, inicialmente, para o Complexo Industrial de Paulínia (SP) da Galvani e, em 2019, com a inauguração das plantas químicas, utilizado também internamente na produção de fertilizantes fosfatados.