Reunir em um mesmo palco a tradição e a vanguarda do choro brasileiro é a proposta do festival Choro na Gamboa , que realiza sua terceira edição hoje (21) e amanhã (22) no Museu de Arte do Rio (MAR). O evento, com entrada franca, permite ao público apreciar a  versatilidade e a modernidade desse gênero da música popular e instrumental, surgido no Rio de Janeiro em meados do século 19, na interpretação de nomes conhecidos na cena nacional e internacional.

Nesta edição, Yamandu Costa, curador do evento, propõe um contraponto entre músicos que bebem na fonte do choro com artistas mais conhecidos da música mundial, mas que sempre flertaram com o estilo genuinamente carioca. “Meu objetivo é sempre mostrar um pouco da tradição e do que está acontecendo de novo na cena do choro. Esse ano, temos artistas que mergulham na raiz e outros com formações diversas, que trazem uma influencia da música universal para o choro”, explicou o gaúcho Yamandu, ele mesmo um músico que trafega por vários gêneros instrumentais com seu violão de sete cordas.

Hoje e amanhã, os shows acontecem das 18h às 22h, sob os pilotis do MAR, localizado na revitalizada Praça Mauá, no centro do Rio. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura.

Leo Gandelman, artista que abrange diferentes linguagens da MPB, se apresenta na noite desta sexta-feira. Músico de conexão internacional, sempre se aproximou do choro, trazendo outra intenção para o gênero.

Já no lado da tradição, a programação do festival traz hoje os irmãos Aquiles e Everson Moraes, dupla de violonistas do Projeto Irineu de Almeida e o Oficleide, que leva o nome de um dos maiores compositores da história do choro, conhecido por ter iniciado Pixinguinha ao estilo musical. Também inspirado pelos clássicos, o grupo Izaías e Seus Chorões, que se apresenta no sábado, mergulha a fundo na sonoridade de nomes como Jacob Bittencourt, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros, entre outros do século passado.

Na segunda noite do festival, neste sábado, um dos destaques é o trio formado por Arismar do Espírito Santo, Alexandre Ribeiro e Fábio Peron. Os três são de São Paulo, com diversas formações musicais, mas, segundo Yamandu, são a fotografia do que o choro tem com a vanguarda. “Esses três artistas representam o que há de mais moderno hoje no choro”, ressaltou.

Entre a tradição e a vanguarda, o festival apresenta ainda Luis Barcellos, um dos nomes da nova geração, que segundo o curador representa um retrato do que o choro foi e para onde ele está apontando. No sábado, encerrando a programação, apresenta-se o grupo Choro na Rua, formado por novos e antigos nomes do gênero, que se uniram com a missão de levar o ritmo de volta às noites cariocas.

Entre os músicos que farão parte desta grande roda estão: Silvério Pontes (trompete), Zé da Velha (trombone), Daniela Spilmann (sax, tenor e sopranos), Gean Correia (violão 7 cordas), Alessandro Cardozo (cavaquinho) e Bebe Kramer (acordeon).