Uma menina chinesa de apenas 1 ano foi operado com urgência após apresentar inchaço irregular na cabeça. Para surpresa da equipe médica, foi encontrado um feto dentro do crânio da criança, do gêmeo idêntico dela. O caso bizarro foi relatado em estudo publicado no final de fevereiro deste ano na revista científica Neurology.

Segundo o tabloide britânico Daily Star, médicos do hospital Huashan, que pertence à Universidade de Fudan, na China, responsáveis pelo atendimento à menina, disseram que o gêmeo continuou crescendo por meses enquanto estava dentro da irmã que, por sua vez, se desenvolvia no útero. O feto chegou a desenvolver os membros superiores, ossos e unhas graças a uma condição médica conhecida como gêmeo parasita.

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O problema é que o feto passou despercebido por um ano após o nascimento da menina e só foi descoberto quando os pais levaram a criança ao hospital devido à hipertrofia do crânio e ao comprometimento das funções motoras.

A menina, que não teve a identidade revelada, foi submetida a tomografias que mostraram o feto gêmeo pressionando o cérebro dela.

De acordo com o tabloide, o feto conseguiu sobreviver todo esse tempo dentro do crânio porque compartilhava o suprimento de sangue da irmã, mas precisou ser removido no procedimento cirúrgico.

A chinesa também apresentava quadro de hidrocefalia, uma condição que causa acúmulo de líquido no cérebro, que leva ao aumento da cabeça, à fadiga extrema e ao surgimento de convulsões.

A equipe médica não soube dizer se a criança sofrerá danos a longo prazo como resultado do gêmeo parasita.

O neurologista e pesquisador Zongze Li, principal autor do estudo, citado pelo Daily Star, explica que o feto intracraniano é resultado de blastocistos (células embrionárias primordiais) que não se separaram. “As partes unidas se desenvolvem no prosencéfalo do feto hospedeiro e envolvem o outro embrião durante o dobramento da placa neural”, diz o médico.

Gêmeo parasita é uma condição considerada extremamente rara e foi registrada apenas 200 vezes até hoje, sendo apenas 18 no cérebro, de acordo com o tabloide britânico.

Ela também já foi identificada na pelve, boca, intestino e escroto.

O gêmeo que não nasceu pode sobreviver e continuar crescendo durante meses dentro do irmão, até mesmo desenvolvendo órgãos e membros.

Como explica o Daily Star, a condição ocorre quando gêmeos idênticos, formados na divisão do óvulo, não conseguem se separar completamente no útero, mas os médicos não sabem por que isso acontece.

Alguns cientistas acreditam que o gêmeo saudável se conecta à mãe pela placenta, mas o outro não, obtendo seu suprimento de sangue através dos vasos sanguíneos do irmão.

À medida que o gêmeo saudável cresce, o menor é absorvido, de acordo com a teoria mais aceita. Outra ideia é que o gêmeo parasita seja resultado de uma divisão celular tardia.