O grupo italiano Fiat abriu nesta segunda-feira um novo capítulo em sua história com o lançamento na Bolsa de Milão de duas entidades surgidas de sua divisão – uma operação destinada a facilitar as alianças e ajudar a montadora a virar um gigante do setor, junto com a americana Chrysler.

Apesar de muitos analistas acharem que a Fiat quer a longo prazo realizar uma operação de fusão com a Chrysler, Sergio Marchionne, diretor-geral dos dois grupos, assegurou que não há hoje em dia um projeto neste sentido.

Segundo Marchionne, uma fusão entre os dois grupos “não mudaria nossas vidas”, devido ao grau já alcançado em termos de “integração industrial”.

Marchione acha possível que a Fiat exerça, finalmente, opção de compra dos 51% do capital da Chrysler.

A Fiat possui 20% do capital da Chrysler desde que o fabricante americano saiu de uma situação de concordata em 2009.

Depois da aprovação, por parte dos acionistas da Fiat, da divisão estratégica do grupo em setembro passado, duas entidades passam a ser cotadas em bolsa, a partir desta segunda.

Uma dessas entidades é a Fiat Industrial, que agrupa a Iveco (caminhões e ônibus), a CNH (aparelhos agrícolas e de construção) e os motores de artefatos agrícolas e industriais, além de barcos.

A outra é a tradicional Fiat, que reúne as atividades automobilísticas das marcas Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Ferrari e Maserati, assim como os motores e componentes dos veículos.

No fechamento de seu primeiro dia de cotação, a Fiat Industrial subiu 3,05% a 9 euros, levando-se em conta a cotação teórica de quinta-feira.

Por sua vez, a Fiat tradicional ganhou 4,91%, a 7,025 euros.

Em seu conjunto, as ações das duas entidades registraram uma alta de cerca de 4% em relação ao fechamento da Fiat de quinta-feira (15,43 euros).

Cada acionista da Fiat recebeu uma ação da Fiat Industrial. De seu lado, a família Agnelli, fundadora do fabricante com sede em Turim (norte da Itália), conserva 30% dos dois grupos.

Segundo o grupo, a Fiat Industrial ocupa o segundo lugar mundial em termos de maquinário agrícola e se situa entre os líderes do planeta em veículos industriais.

“É o início de um novo capítulo da história de duas empresas independentes, um ponto de chegada e um ponto de partida”, declarou Marchionne.

“Ante as grandes transformações em curso no mercado, já não podíamos continuar guardando o conjunto dos sectores que não têm nenhuma característica econômica e industrial em comum”, acrescentou Marchionne.

A Fiat, que já não terá de se preocupar com os caminhões, ônibus e tratores, poderá concentrar-se, agora, em sua associação com a Chrysler para tentar concretizar a aposta de que esta aliança permitirá a fabricação de mais de 6 milhões de veículos em 2014 contra menos de 4 milhões atualmente.

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