O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, criticou a declaração do presidente Lula em que ele afirma não ter certeza se os produtos importados com isenção de imposto realmente afetam a indústria nacional, referindo-se a eles como “bugigangas”.

“Essa afirmação do presidente é absurda, eu diria que chega a ser descabida. Não são bugigangas, são milhões de pacotes que entram no Brasil mensalmente, concorrendo com os produtos nacionais e tirando o emprego de milhões de brasileiros”, disse Roscoe durante as comemorações do Dia da Indústria em Minas Gerais.

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Para o dirigente, quem está pagando a conta da não tributação de importados é a população. “A todo momento o governo propõe aumento de tributo porque não tem dinheiro para fazer suas políticas públicas, mas não pode tributar o produto importado. Já o nacional pode, prejudicando o comércio, a indústria e a sociedade brasileira. Estamos falando de um negócio de mais de R$ 100 bilhões sem tributo. Se nada for feito, a população vai ter que arcar com muito mais imposto para pagar o tamanho do estado colossal brasileiro que continua precisando de dinheiro”, alertou.

Sofrendo pressão do setor varejista, o presidente Lula afirmou que está aberto a negociações sobre o fim da isenção de compras de até US$ 50, no que está sendo chamado de “taxa das blusinhas”.

“Como é que você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo?”, disse Lula aos jornalistas. “Nem sei se essas bugigangas competem com o que é produzido no Brasil, nem sei”, disse em entrevista na última quinta-feira.