05/05/2018 - 7:55
Um fato curioso marca a trajetória do coronel Marcelo Vieira Salles na Polícia Militar. No mesmo dia em que se tornou aluno da Academia do Barro Branco, em 1985, o pai dele, o subtenente Nelson Almeida Salles, entrou para a reserva da PM. “(Foi) minha maior referência de ser humano, de pai, de homem público e de brasileiro”, diz o novo comandante-geral, que já passou pela Cavalaria, pela Casa Militar e foi chefe de comando de área.
Coronel Salles é amigo e homem de confiança do governador Márcio França (PSB). Ele assume a PM após um período de incertezas entre as polícias, alimentada pela discussão da Polícia Civil passar a fazer parte da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos – e não mais da Segurança Pública (SSP). O governador descartou tomar a medida por decreto.
O comandante-geral é casado há 32 anos, tem três irmãos e um filho. “É um oficial operacional, agregador, vocacionado para o trato com as pessoas”, declarou o secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, que há um ano e dois meses havia promovido a primeira mudança no comando da PM sob sua administração.
Na época, o coronel Ricardo Gambaroni, que fez carreira no Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PM (GRPAE), deu lugar para o coronel Nivaldo Cesar Restivo, que chefiava a Tropa de Choque. Restivo, agora, passa a atuar como chefe de gabinete do secretário.
Salles e Restivo têm relação próxima e serviram juntos na Tropa de Choque. O ex-comandante-geral é da turma de 1986 do Barro Branco. O atual, de 1989. “A Polícia Militar está em melhores mãos”, declarou coronel Restivo no discurso de passagem de comando, ontem. “Herdo um comando robusto”, Salles devolveu a deferência.
Perfil. Bacharel em Direito, coronel Salles é apresentado como “especialista em tropa montada e controle de distúrbios civis”. Também foi ajudante de ordens do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), comandante da Cavalaria e atuou na Defesa Civil e Casa Militar.
Estava no Comando de Policiamento de Área Metropolitano 5 (CPA/M-5), responsável pelo policiamento da zona oeste da capital, que abrange, entre outras áreas, Pinheiros e Vila Madalena. “O carnaval reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas. Tínhamos policiais de folga trabalhando por absoluta necessidade do serviço. Eu me vi na obrigação de colocar o colete refletivo e o capacete e ir trabalhar com eles.”
Com discurso de tratar por igual comandantes e comandados, Salles disse que vai se pautar pelo diálogo. “Vamos procurar valorizar mais aquele policial da ponta da linha, que está de barco, a cavalo, a pé, de viatura, de helicóptero, e que é a razão da instituição.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.