27/07/2021 - 9:11
LONDRES (Reuters) – O fim da pandemia de Covid-19 do Reino Unido pode estar a apenas alguns meses de distância porque as vacinas reduziram drasticamente o risco de internações e mortes, disse o epidemiologista do Imperial College, Neil Ferguson, nesta terça-feira.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson está apostando que conseguirá reacender uma das maiores economias da Europa porque muitas pessoas já estão vacinadas, decisão que marca um novo capítulo na resposta global ao novo coronavírus.
A quantidade de novos casos de Covid-19 tem caído gradativamente nos últimos seis dias, embora Johnson tenha sublinhado que a pandemia não acabou.
“Não estamos completamente livres, mas a equação fundamentalmente mudou”, disse Ferguson, cujo modelo em 2020 em relação à provável disseminação do vírus deixou governos alarmados ao redor do mundo no início da pandemia, à BBC.
“O efeito das vacinas tem sido enorme na redução do risco de internações e mortes e acho, tenho certeza, que até o fim de setembro ou outubro a maior parte da pandemia terá ficado para trás.”
Os dados britânicos em relação à Covid-19 mostram que um surto recente de infecções no começo de julho até agora não levou a um grande aumento de mortes, que caíram para apenas 14 na segunda-feira, embora o número de pacientes com a doença nos hospitais do Reino Unido tenha crescido para 5.238.
Johnson decidiu retirar as restrições na Inglaterra em 19 de julho para reanimar uma economia danificada por uma série de lockdowns desde março de 2020.
Se funcionar, o exemplo do Reino Unido pode oferecer um caminho para o fim da pandemia, embora a aposta de Johnson possa ser prejudicada pelo possível surgimento de uma variante capaz de resistir às vacinas –ou se as pessoas doentes sobrecarregarem o serviço de saúde.
Até outubro, o Reino Unido “ainda terá a Covid conosco, ainda teremos pessoas morrendo de Covid, mas teremos deixado o grosso da pandemia para trás”, disse Ferguson.
O Reino Unido tem uma das maiores contagens oficiais de mortes do mundo, 129.460, embora os novos casos diários, que dentro da onda atual atingiram o pico de 56.674 em 17 de julho, tenham caído para 24.950 na segunda-feira.
(Por Sarah Young e Alistair Smout)