13/02/2002 - 8:00
Desde 1976 os funcionários da Petrobras fazem cursos a distância. Muitas vezes isolados em plataformas, esses profissionais só podiam recorrer a apostilas e, algumas vezes, ao videocassete. Isso acabou. Ou melhor, melhorou. Hoje, a companhia tem prontos 80 cursos para educação virtual, também conhecida como e-learning. Através da Internet, pelo menos 10 mil funcionários falam com os professores, acessam a biblioteca, enviam trabalhos. ?É a melhor forma de manter atualizado um contingente tão disperso?, diz André Pinto, gerente de educação a distância da Petrobras. Pelo menos 150 empresas brasileiras já estão utilizando os recursos da internet para ministrar aulas, com gastos de R$ 20 milhões. ?Ainda é pouco, mas ilustra um caminho sem volta?, diz Francisco Antônio Soelti, presidente da associação E-learning Brasil.
É um novo método de ensino, que esbarra nas dúvidas quanto a sua eficácia. Os cursos simples, porém, já passaram dessa fase e viraram rotina dentro das empresas. ?Temos mais de 300 cursos de prateleira?, diz José Carlos Kanner, diretor de e-learning da Boucinhas e Campos. São aulas de português, informática e turismo, que podem ser realizadas pelos funcionários em intervalos no horário de trabalho. As empresas chegam a economizar 60% com o sistema a distância. Os professores são substituídos por tutores, que coordenam as aulas de qualquer lugar, através de um computador conectado à internet. O conteúdo das aulas, inclusive áudio e gráficos, fica arquivado na web. Com 15,5 mil funcionários espalhados pelo País, há um ano a Rede Globo vem treinando parte de sua equipe pela web, com aulas de engenheria e jornalismo. É uma extensão do conceito de funcionário virtual ? aquele que não precisa estar o tempo inteiro na empresa. ?Aqui na Cisco, poucos profissionais têm mesa própria?, conta Maurício Russo, responsável pelo treinamento na companhia.