Finalmente o “mistério” do poço de Barhout, ou Poço do Inferno, no Iêmen, que vinha gerando muito temor nos moradores da região por conter supostos “demônios”, foi solucionado pelo espeleólogo Mohammad Al Kindi, da empresa Oman Cave Exploration Team, de Omã.

O explorador desceu pelo buraco de 30 m que fica no meio do deserto de Al-Mahara até alcançar a caverna subterrânea dentro do poço.

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“Alguns dizem que é onde negacionistas e ateus são torturados após a morte. Outros acreditam que as cabeças são decepadas assim que entram nele. Eles dizem que a água de Meca [cidade da Arábia Saudita] é a mais sagrada e pura da terra e que a água do Poço do Inferno é a mais maligna. Tudo o que vimos foi pura água doce lá embaixo. Nós até bebemos uma garrafa inteira e nada aconteceu conosco”, conta Mohammad ao jornal The National News, dos Emirados Árabes.

Como era de se esperar, dentro do poço de Barhout não havia nada misterioso ou associado à mitologia que foi criada em torno dele.

O espeleólogo de Omã passou cerca de seis horas dentro do famoso buraco do deserto do Iêmen, segundo o jornal.

Usando equipamentos de pesquisa e detectores de gás, Mohammad Al Kindi e seus colegas descobriram que o sumidouro estava realmente “possuído”, mas não por demônios (djinns ou gênios), e sim, por níveis normais de oxigênio e ar livre de veneno, além de um grande número de cobras.

“Elas procriam quando não há predadores para comê-las. Isso é normal”, comenta o explorador ao The National News.

Mas algo bem curioso foi encontrado no fundo do Poço do Inferno: pérolas de caverna que brilhavam em tons de verde nas cachoeiras subterrâneas.

“As pérolas de cavernas são depósitos concêntricos de carbonato de cálcio que se formam ao redor de quedas d’água. Essas esferas são suavizadas ao longo de milhares de anos pelo movimento da água caindo até formarem lindas formas de pérolas”, explica Mohammad ao periódico.

O espeleólogo diz que, apesar de muitos iemenitas “corajosos” e expedições científicas teriam dito que conseguiram entrar no poço e sair com segurança, a equipe da Oman Cave Exploration Team que não detectou nenhum indício de ação humana no fundo do Barhout.

“Não havia pegadas ou outros sinais de distúrbios. Nenhuma das missões anteriores foi documentada, então não está claro se alguém realmente foi lá, embora seja difícil ter 100% de certeza”, afirma Mohammad Al Kindi ao The National News.

Ao jornal dos Emirados Árabes, o explorar diz que espera que as imagens do fundo do Poço do Inferno possam dissipar alguns dos mitos que cercam a caverna e outros locais semelhantes.