24/07/2024 - 15:27
O volume de financiamento imobiliário no primeiro semestre de 2024 foi de R$ 149,4 bilhões, o que representa um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano de 2023. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 24, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A expectativa é de que 2024 seja expressivamente melhor do que 2023, quando foram financiados R$ 115,1 bilhões nos primeiros seis meses. O motivo do otimismo são dados da série histórica, que demonstram cenário superior no segundo semestre em relação aos primeiros meses de cada ano.
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A projeção é de que o crescimento consolidado em 2024 seja de 7,6%. Caso a previsão se concretize, este entrará para a lista dos três melhores anos da série histórica, ao lado de 2021 e 2022.
Outro dado apresentado foi o crescimento de lançamentos em relação ao ano passado. Em 2023, houve uma queda de 12% no dado de construções em relação ao ano anterior. Já no primeiro semestre de 2024, houve crescimento de 22% na comparação com os primeiros meses de 2023.
“O ponto de destaque positivo é que as vendas continuaram crescendo mesmo com a colocação de novos produtos, o estoque segue sendo consumido”, afirmou Gamba. O crescimento do volume de aquisições foi de 3%.
Ranking das operadoras de crédito
Os números apresentados pela Abecip incluem ainda um ranking das empresas com maior volume de crédito imobiliário para aquisição e construção. Confira:
Posição | Agente | R$ Milhões | Unidades |
1 | Caixa | 39.807,7 | 146.934 |
2 | Bradesco | 16.155,3 | 38.014 |
3 | Itaú Unibanco | 13.775,4 | 30.942 |
4 | Santander | 5.177,9 | 13.588 |
5 | Banco do Brasil | 3.749,7 | 10.340 |
6 | BRB | 2.387,5 | 4.285 |
7 | Barisul | 651 | 2.102 |
8 | Banpará | 175,6 | 526 |
9 | Safra | 116 | 500 |
10 | Ailos | 106 | 338 |
11 | Poupex | 25,3 | 171 |
Instituições não citadas não fizeram operações no ano e / ou ainda não fazem parte da amostra de dados da Abecip.
Relevância da poupança
Os valores financiados com poupança chegaram a R$ 82,1 bilhões, crescimento de 7% em relação ao primeiro semestre de 2023. Já o financiamento por FGTS chegou a R$ 67,2 bilhões, com crescimento de 75%, impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
Quando se fala da estrutura de mercado, a participação da poupança no financiamento encolheu com o crescimento de outras estruturas, sobretudo as Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs). A mudança pode ser observada no gráfico abaixo, em que SBPE representa o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo:
“A poupança continua sendo bastante importante, mas ela não é 100% deste funding”, afirmou Sandro Gamba, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). “Você tem hoje uma distribuição deste share.”
Segundo Gamba, a tendência é que a importância da poupança mantenha-se relativamente estável, sem novas quedas ou crescimentos relevantes.
“Nos últimos dois anos, a poupança teve muito mais saque do que captação”, afirmou Gamba. Porém o quadro se reverteu no trimestre entre maio e junho de 2024, com captação líquida no valor de 11 bilhões. A poupança, no final de junho, tem um saldo de R$ 763 bilhões.
Redução de emissão de LCIs
Em fevereiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Resolução nº 5.119, que modifica os lastros elegíveis e nos prazos de vencimento da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e da Letra Imobiliária Garantida (LIG).
O impacto foi uma redução nas emissões de LCI. Se nos três meses anteriores elas atingiram R$ 30,8 bilhões, R$ 33,7 bilhões e R$ 30,7 bilhões respectivamente, este número cai para R$ 11,6 bilhões em fevereiro, e mantém-se na média de R$ 12 bilhões desde então.
“A solicitação da Abecip é retomar o prazo anterior de 90 dias da LCI”, afirma Gamba ao comentar que os impactos podem ser sentidos em breve. “É um dos instrumentos que foi testado, comprovado e é muito importante para o mercado.”