A fintech PraValer, de financiamento estudantil, criou um incentivo para aumentar a parceria com universidades na hora de ajudar a inserir os jovens no mercado de trabalho. Por meio da Workalove, startup comprada no ano passado, passará a oferecer cashback às instituições de ensino toda vez que um dos seus estudantes forem contratados.

As instituições parceiras da Workalove têm acesso a funções que possibilitam a ponte entre universidade e mercado de trabalho. Um exemplo é a plataforma de empregabilidade, que proporciona uma mentoria de carreira que passa por análise e preparação de currículo, treinamento para entrevistas, mapeamento de perfil, entre outros.

Esses preparativos auxiliam no encontro de vagas alinhadas a cada perfil dos estudantes das universidades parceiras. O software também é um facilitador na gestão de documentos, contratos, seleção e plano de atividades.

A introdução do cashback é mais um recurso para tentar diminuir a evasão de pessoas no ensino superior e técnico. “A instituição de ensino ganha duas vezes”, diz Fernanda Verdolin, fundadora da Workalove. “O software gera nova receita para a universidade, porque reduz o custo para o uso e também emprega melhor o estudante dela”.

Segundo a fintech, a nova ferramenta já realizou 3 mil contratações. A Workalove, por sua vez, já impactou 1 milhão ao longo da trajetória.

De acordo com a fundadora da Workalove, o último Censo de Educação Superior mostrou que num total de quase 9 milhões de alunos, apenas 686 mil fazem estágio. Já nos ensinos médio e técnico, são 214 mil jovens inseridos no mercado de trabalho, de um total de 9,6 milhões.

“Nossa expectativa é dobrar o número de estágios na educação de nível Médio e Técnico e chegar a mais de 10% em relação ao total de matriculados no superior”, diz Verdolin.

Perfil

Criada no início dos anos 2000, a fintech PraValer foi uma das primeiras a montar um modelo de financiamento estudantil para dar acesso à rede privada por meio da captações via Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (Fdics), no qual investidores aportam recursos em papéis lastreados em recebíveis (no caso, o pagamento das mensalidades).

Nos últimos anos, a empresa ganhou um impulso adicionou na esteira da redução do programa de financiamento estudantil (Fies), do governo federal, após um boom visto nas concessões no início dos anos 2010.

Até hoje, a fintech já captou R$ 3,2 bilhões em recursos, com os quais contribuiu para a formação de 400 mil estudantes na rede privada. O avanço do negócio atraiu investidores de peso, como o Itaú Unibanco, hoje sócio da startup, junto com nomes como Ribbit Capital e a EOS Investimentos.

A empresa afirma deter cerca de 85% do mercado de financiamento estudantil privado no País. E, no ano passado, alcançou um faturamento de R$ 382 milhões.

Para frente, a exemplo da Workalove, adquirida no ano passado, a companhia diz manter o apetite por novas aquisições. “A aquisição do Workalove é um exemplo claro de como buscamos fortalecer nosso portfólio tanto para alavancar o crescimento das instituições de ensino, quanto para elevar os índices de trabalhabilidade dos estudantes brasileiros. Estamos atentos ao mercado e abertos a novas parcerias e oportunidades que possam agregar ao nosso propósito de transformar vidas por meio do acesso à educação”, afirmou Fernanda Verdolin.