16/03/2022 - 18:18
Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram alta de 0,64% em fevereiro deste ano em relação a janeiro, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo – healthtech, líder em soluções digitais para gestão em saúde.
Essa foi a terceira alta consecutiva do índice, após os avanços em dezembro do ano passado, de 0,19%, e janeiro deste ano, de 0,27%. No acumulado de 2022, o IPM-H apresenta uma variação total de 0,91%.
O que os preços dos medicamentos para hospitais subiu em dois meses é menor que as taxas de inflação medidas pelo IPCA e IGP-M só no mês de fevereiro, de 1,01% e 1,83%, respectivamente. Os preços dos remédios desta vez só não ficaram abaixo da variação cambial, que em fevereiro ficou negativa em 6,10%.
“Apesar do ligeiro avanço do índice nos últimos meses, não houve oscilação expressiva em relação aos meses correspondentes dos últimos anos. Assim, os resultados recentes do IPM-H reforçam o cenário de estabilização que vem ocorrendo desde o fim do ano passado”, avalia o CEO da Bionexo, Rafael Barbosa.
O gráfico abaixo mostra a variação do IPM-H de janeiro de 2020, período pré-pandemia, até fevereiro de 2022. O pico de alta se deu em abril de 2021, no pico da pandemia.
Fonte: Fipe/Bionexo
Impactos
Ainda segundo a Fipe e a Bionexo, a variação positiva do índice em fevereiro foi impactada pelos aumentos nos preços dos grupos de medicamentos para sistema nervoso, de 8,10%; preparados hormonais, 2,30%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 1,74%; aparelho geniturinário, 0,86%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 0,86% e órgãos sensitivos, 0,67%.
Por outro lado, houve recuo nos preços dos grupos anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (3,31%), aparelho respiratório (1,62%), aparelho digestivo e metabolismo (1,19%), sistema musculoesquelético (0,65%), agentes antineoplásicos (0,64%) e aparelho cardiovascular (0,64%).
Considerando um horizonte mais amplo, o IPM-H já acumula uma alta de 5,77% nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro de 2022. Nesse cenário, contribuíram para o resultado as variações sobretudo nos grupos preparados hormonais, com alta de 26,44%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 24,76%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 15,93%; órgãos sensitivos,11,65%; sistema nervoso, 10,71%; aparelho geniturinário, 9,82%; aparelho respiratório, 8,59%; e agentes antineoplásicos, 0,24%.
Em contrapartida, quatro grupos de medicamentos apresentaram quedas no período de 12 meses. Foram eles: sistema musculoesquelético, 12,63%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 5,85%; aparelho cardiovascular, 5,37% e aparelho digestivo e metabolismo, 1,73%. Nessa perspectiva, a oscilação mensal do IPM-H em fevereiro de 2022 foi ligeiramente superior à média histórica do índice para esse mês desde o ano de 2015, que registrou variação de 0,22%, sendo superada somente pelo comportamento registrado pelo índice em fevereiro de 2020, com elevação de 1,70%.
A variação acumulada do IPM-H em 12 meses, por sua vez, passou de 20,22%, no pico da pandemia, em abril de 2021, para 5,77% em fevereiro de 2022, comportamento compatível com o histórico pré-pandemia do índice.