A empresa alemã Böcker, fabricante do elevador de carga usado pelos ladrões que assaltaram o Museu do Louvre, em Paris, no último domingo, 19, lançou uma peça publicitária nas redes sociais lembrando da participação do equipamento naquele que muitos já consideram o roubo do século.

“Quando é preciso agir rápido. O Böcker Agilo transporta seus tesouros de até 400 quilos a 42 metros por minuto, silencioso como um sussurro graças ao seu motor elétrico de 230 V”, diz a mensagem publicada pela empresa familiar, com sede em Werne an der Lippe, no oeste da Alemanha.

+ Novas imagens mostram suspeitos fugindo do Louvre após assalto

A frase acompanha uma foto da área isolada próxima ao Louvre onde foi encontrado o elevador. Veja abaixo:

Entre centenas de comentários em reação à publicação, parte dos internautas elogiou o marketing da empresa. Em tom jocoso, alguns pediram um aumento de salário para a equipe responsável, enquanto outros criticaram a piada sobre o crime.

Segundo o jornal The Guardian, a chefe de marketing e comunicação da empresa reconhece que o roubo foi um “ato repreensível”, mas que “depois que ficou claro que ninguém havia saído ferido, nós começamos a fazer algumas piadas e pensar juntos em slogans que achávamos engraçados”, disse.

Amostras de DNA e impressões digitais

Investigadores franceses estão analisando dezenas de amostras de DNA e impressões digitais após o roubo de joias à luz do dia, informou um promotor nesta quinta-feira.

Até “150 amostras de DNA, impressões digitais e outros indícios” foram identificados, disse a promotora parisiense Laure Beccuau ao jornal local Ouest France.

Ela disse que a análise é uma prioridade e que os resultados nos próximos dias devem fornecer pistas, especialmente se os culpados tiverem antecedentes criminais.

O Museu do Louvre estima em 88 milhões de euros (aproximadamente 550 milhões de reais) o valor das oito joias da coroa francesa roubadas na Galeria de Apolo por um grupo de quatro pessoas. Uma das joias foi recuperada pela polícia, após os criminosos deixarem ela cair na rua durante a fuga.

Ladrões fugiram 7 minutos depois de terem chegado

Para o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, o incidente mostra uma imagem “muito negativa” da França. “É certo que falhamos”, ele disse à rádio France Inter.

A diretora do museu, Laurence des Cars, chamou nesta semana o roubo de “uma ferida imensa”. Ela admitiu que a vigilância externa por câmeras de vídeo é um ponto fraco do esquema de segurança.

Com os rostos cobertos para não serem identificados, os ladrões chegaram na ala sul do Louvre, às margens do rio Sena, às 9h30 da manhã do horário local. Eles tinham duas motos e um caminhão equipado com um elevador de móveis do modelo Böcker Agilo, com o qual dois deles subiram até o primeiro andar.

Após abrirem um buraco no vidro e quebrarem as vitrines das joias, eles fugiram de moto sete minutos depois de terem chegado. O grupo tentou sem sucesso incendiar o caminhão e o abandonou ao lado do Louvre.

Scharwatz disse ainda ao The Guardian que, em 2020, a Böcker vendeu o elevador de carga móvel para uma companhia na região de Paris, que o aluga. Recentemente, o equipamento foi roubado durante uma demonstração de funcionamento para clientes interessados no aluguel.