A Fitch anunciou nesta quarta-feira, 26, que elevou o rating do Brasil, de BB- a BB, com perspectiva estável. Segundo a agência, a mudança reflete “um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado”, em meio a “choques sucessivos em anos recentes”, com políticas proativas e reformas que têm apoiado isso. Em seu comunicado, ela cita também sua “expectativa de que o novo governo trabalhará por mais melhoras”.

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Mesmo em meio a “tensões políticas” desde o rebaixamento de 2018, o Brasil alcançou “progresso” em reformas importantes para lidar com “desafios econômicos e fiscais”, considera a Fitch. O novo governo do “esquerdista” Luiz Inácio Lula da Silva defende um distanciamento da agenda econômica liberal de governos anteriores, acredita a agência. Ela, contudo, diz esperar “pragmatismo” e que os freios e contrapesos institucionais mais amplos impeçam desvios “radicais” nas frentes macro e micro nas políticas, enquanto o governo “também almeja iniciativas para apoiar o setor privado (leia-se: reforma tributária”.

A Fitch argumenta que a posição fiscal do país se deteriora em 2023, após melhora anterior, mas ela espera que as novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma “consolidação gradual”. Projeta ainda que a relação entre dívida e PIB do país cresça, mas a um ritmo mais lento e de um ponto de partida muito melhor que o antes previsto.

A agência vê os ratings do Brasil apoiados por “sua economia grande e diversa”, renda per capita elevada, e por mercados domésticos arraigados e um grande colchão financeiro, que apoiam a flexibilidade do financiamento soberano e sua parcela elevada de dívida em moeda local”. O comunicado diz ainda que os ratings são apoiados por capacidade de absorver choques, apoiada por um câmbio flexível, reservas internacionais “robustas” e uma posição de credor externo líquido soberano. Por outro lado, eles são contidos pela alta dívida do governo, pela rigidez fiscal, pelo potencial de crescimento “fraco” e por métricas de governança “relativamente baixas”.