A Fitch Ratings reafirmou nesta sexta-feira, 23, o rating de longo prazo em moeda estrangeira de Hong Kong em “AA-“, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência destacou que a nota é sustentada por “grandes reservas fiscais, finanças externas robustas e alta renda per capita”.

Apesar da solidez dos fundamentos, a agência ressalta que a “folha fiscal continua se deteriorando” e que os riscos fiscais “estão inclinados para o lado negativo no médio prazo”. Ainda assim, a Fitch afirma que não há pressão iminente sobre o perfil de crédito do território.

Para 2025, a agência projeta crescimento do PIB de 2,2%, abaixo do histórico do território, mas ainda “favorável em relação a seus pares” na categoria “AA”. Segundo a Fitch, o consumo doméstico fraco se deve, em parte, à preferência dos residentes por compras na China continental e à queda nos gastos de turistas chineses.

A agência alerta que as incertezas tarifárias dos EUA também devem pesar sobre o desempenho externo. “As tarifas aplicadas a Hong Kong seguem as mesmas da China continental e estão em torno de 40%, acima dos níveis de 2024”, afirma o texto.

No campo fiscal, a Fitch prevê déficit consolidado de 5% do PIB no ano fiscal até março de 2026, ante 5,9% no ano anterior. A expectativa é de um caminho de consolidação gradual, mas com riscos de déficits mais amplos devido à arrecadação fraca e aos gastos crescentes, como os do projeto Northern Metrópolis. Mesmo assim, Hong Kong mantém “reservas fiscais consideráveis”, equivalentes a cerca de 20% do PIB, e dívida pública “ainda baixa”, com apenas 15% do PIB excluindo instrumentos monetários.

A Fitch conclui que o sistema bancário local continua resiliente, com “liquidez sólida e posições de capital robustas”, e destaca que Hong Kong continua a se beneficiar de uma “posição líquida credora externa elevada”, estimada em 294% do PIB em 2025.