A Fitch reafirmou nesta quarta-feira, 19, o rating ‘A-‘ do Chile, com perspectiva estável, atribuindo a ação ao balanço patrimonial soberano “relativamente forte”, relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) bem abaixo de pares e indicadores sólidos de governança. A agência de classificação de risco também apontou que o país tem “um histórico de políticas macroeconômicas confiáveis, centradas em um regime de metas de inflação e taxa de câmbio flexível”.

“Esses pontos fortes são equilibrados pela renda per capita, que projetamos que permanecerá baixa em relação aos pares, alta dependência de commodities e métricas fracas de alavancagem e liquidez externas”, avaliou a Fitch. Entre os riscos negativos para ação de rating, a agência destaca ainda as incertezas sobre a reforma constitucional, com votação prevista para dezembro, o progresso limitado na agenda de reformas econômicas, perspectivas de deterioração na dívida pública e balanços fiscais mais fracos.

A agência de classificação de risco projeta que o PIB do Chile deve desacelerar e permanecer estável (0%) em 2023, antes de se recuperar e avançar 2,4% em 2024, à medida que a atividade econômica se reequilibra do declínio no consumo privado, redução de investimentos e política monetária restritiva. O crescimento deve ser apoiado por políticas fiscais e lucros com exportações, em meio a alta na demanda global por metais essenciais para transição energética.

Sobre política monetária, a Fitch prevê que o BC do Chile deve cumprir o guidance oferecido em junho e iniciar o corte de juros, porém deverá reduzir as taxas em um ritmo lento, considerando os níveis ainda elevados da inflação e seu núcleo no país.