Com a conquista da taça da Libertadores no sábado, 29, o Flamengo se torna o primeiro clube brasileiro da história a atingir uma receita de R$ 2 bilhões em um único ano.

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No campeonato Sul Americano, o clube levou US$ 24 milhões de premiação (cerca de R$ 128 milhões no câmbio atual) por conta da vitória na final. Afora isso, o Flamengo faturou US$ 3 milhões (R$ 16,4 milhões) pela participação na fase de grupos e outros US$ 330 mil (R$ 1,8 milhão) por vitória que acumulou no torneio.

Esse título cai em um momento em que o Flamengo já vinha registrando receitas históricas. Segundo relatório recente, o clube contabilizou cerca de R$ 1,56 bilhão nos primeiros três trimestres de 2025, figurando como o maior montante já registrado por uma equipe brasileira.

Entre as fontes de renda, estão premiações como a da Libertadores, negociações de jogadores, patrocínios, direitos de transmissão e outros itens.

Para efeito de comparação, em 2024 o clube também teve desempenho expressivo: a soma de direitos de transmissão, patrocínios, bilheteria e sócios contribuiu para que o total de receitas ultrapassasse R$ 1,28 bilhão.

A bolada da receita de 2025, investida, renderia valores na casa das dezenas de milhões. Na poupança, investimento tradicional porém com rendimentos mais moderados, a receita do clube geraria R$ 13,4 milhões ao mês.

Em um CDB a 120% do CDI, a receita geraria mais de R$ 21,8 milhões. Em um Tesouro Pré-Fixado com vencimento em 2027 o retorno mensal seria de R$ 14 milhões.

Imagem gerada por IA

Clube do bilhão

Faturar R$ 2 bilhões é um evento único, mas metade disso ainda é uma grande raridade no futebol brasileiro – mesmo em um passado recente.

Até então, somente três clubes conseguiram chegar a marca de R$ 1 bilhão em receita em um único ano: Flamengo, Palmeiras e Corinthians.

Os balanços recentes indicam que o trio opera em um nível de arrecadação distante dos demais competidores da Série A, criando uma nova hierarquia econômica no país.

O Flamengo lidera o ranking histórico com folga. A equipe do Rio de Janeiro registrou faturamento acima de R$ 1 bilhão em quatro exercícios fiscais seguidos, com o recorde nacional de cerca de R$ 1,37 bilhão em 2023.

O modelo de negócios da gestão rubro-negra se baseia em receitas comerciais, direitos de transmissão e arrecadação com jogos, o que reduz a dependência da negociação de jogadores para fechar as contas no azul.

Já o Palmeiras teve arrecadação de R$ 1,27 bilhão em 2024, impulsionado pela transferência de atletas formados nas categorias de base, mas já quebrou esse recorde novamente.

A equipa paulista, até o balanço mais recente, referente ao mês de setembro, acumula receita de R$ 1,4 bilhão neste ano. A projeção da diretoria é de fechar os 12 meses com a cifra de R$ 1,7 bilhão.

O Corinthians completa a lista de exceções. A agremiação gerou mais de R$ 1,1 bilhão em 2024. Diferente dos rivais diretos, no entanto, o clube utiliza grande parte do montante para cobrir custos operacionais e o passivo financeiro acumulado, o que dificulta a apresentação de lucro líquido no final do exercício.

A disparidade fica evidente na comparação com outras equipes tradicionais, como São Paulo e Atlético-MG, que oscilam entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões nos anos de melhor desempenho.

Flamengo conseguiria comprar ’20 Gabigol’ e reformar Maracanã

A receita bilionária do clube rubro-negro seria mais do que suficiente para comprar todo seu elenco, que está avaliado em 195,90 milhões de euros (cerca de R$ 1,206 bilhão na cotação atual) segundo dados do Transfermarkt.

O valor também é cerca de 20 vezes a cifra que o clube pagou para contratar o atacante Gabigol da Inter de Milao em meados de 2020, que fora de € 17 milhões.

Por fim, a receita gerada pelo Flamengo também cobriria uma reforma feita no Maracanã igual à da Copa do Mundo de 2014, quando foram gastos R$ 1,2 bilhão. O estádio teve sua construção original, em 1950, por 250 milhões de cruzeiros – valor que chegaria a algo entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões nos valores atuais.