O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que “ninguém está feliz” com as tarifas de 50% impostas pelo presidente americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Em entrevista concedida à Globo News nesta sexta-feira, 11, o filho do ex-presidente ainda disse que o Brasil não tem capacidade de negociação com os EUA e defendeu a anistia dos condenados pelo ataque de 8 de Janeiro como forma de evitar a taxação.

“Ninguém está feliz com o que está acontecendo com o Brasil não, eu estou aqui angustiado, preocupadíssimo. Eu estou mais preocupado ainda porque o presidente é o Lula”, disse o político quando questionado se a imposição de tarifas a um país todo seria justa para beneficiar seus aliados.

O filho do ex-presidente admitiu que a medida dos EUA não é puramente comercial, mas também um modo de pressionar o Brasil. “A sanção que o Trump impõe não é meramente econômica, todos nós sabemos disso, ela tem, sim, um viés político, e tem um viés econômico, porque o Trump olha para a América do Sul e enxerga para onde o Lula está levando nosso País”.

Na carta enviada em 9 de julho para comunicar as tarifas, Donald Trump afirmou que a forma como o Brasil tem “tratado” Bolsonaro é “uma desgraça internacional”, e que o julgamento do ex-presidente “não deveria estar ocorrendo”. O documento ainda classificou os pedidos de remoção de conteúdo de plataformas on-line expedidas pelo STF como “ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS”.

Flávio Bolsonaro alega que a anistia e o fim da remoção de conteúdos em plataformas é um modo de evitar as taxas. “Temos pouco tempo para conseguir darmos uma solução antes que chegue o dia 1º de agosto (data em que as taxas entram em vigor). Porque eu não vejo nenhuma dificuldade para que o Trump passe essa taxação para 100%, 200% ou zere, ou coloque 200% mais a Lei Magnitsky, que punirá pessoas individualmente no Brasil”, declarou.

O uso da Lei Magnitsky, dispositivo que permite que o governo dos Estados Unidos aplique punições a servidores públicos de outros países por violação aos direitos humanos, já era sugerido pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que abandonou o mandato e se mudou para os EUA, onde pedia sanções contra o Supremo para o presidente Trump

Flávio afirma que imaginava que os pedidos de seu irmão renderiam represálias para o ministro Alexandre de Moraes, mas se surpreendeu com a taxação de 50% sobre todos os produtos do País.