26/06/2002 - 7:00
Guerra das seringas. Assim está sendo chamada a batalha pela liderança no bilionário segmento de exames clínicos no Brasil. De um lado, o grupo Diagnósticos da América (que reúne as bandeiras Delboni Auriemo, Lavoisier, Bronstein e Lâmina), dono de um faturamento de R$ 240 milhões. Do outro, o Fleury Centro de Medicina Diagnóstica, com receitas de R$ 220 milhões. Se algum deles anuncia a inauguração de uma unidade, outro responde imediatamente com a estréia em nova cidade ou com centros que mais parecem hotéis cinco estrelas. Na última semana, mais um round na guerra das seringas. Caio Auriemo, presidente da Diagnósticos da América, anunciou investimentos de R$ 200 milhões para ampliar sua rede de laboratórios, de 72 para 112 unidades. ?Poderemos dobrar o faturamento para R$ 450 milhões ao final deste ano?, prevê Auriemo. A maior fatia dos recursos sairá dos cofres da empresa, que tem como sócio o Patrimônio Private Equity (fundo administrado pelo JP Morgan). À GE Capital caberá o financiamento para a compra dos equipamentos, no valor de R$ 60 milhões.
O vigoroso crescimento do ocorre no exato momento em que o rival Fleury encostou no líder e ensaia vôos mais ambiciosos. ?Depois de fincar nossa bandeira em Brasília, chegou a vez de aterrissarmos no Rio de Janeiro?, avisa Ewaldo Kuhlmann Russo, diretor-superintendente do Fleury. Ele diz que tem em caixa R$ 35 milhões para gastar na instalação de novas unidades e a prioridade é explorar mercados fora de São Paulo. O executivo minimiza o clima de competição. Segundo ele, as duas empresas têm focos distintos. ?Trabalhamos com um público que prioriza a qualidade?, argumenta Russo. A provocação, no entanto, parece não mexer com os brios dos controladores do Diagnósticos da América: ?Fomos pioneiros na introdução do conceito de megaunidades?, devolve Milton Zymberg, gerente da companhia. Erguidos sob a bandeira Delboni Auriemo, esses laboratórios são dotados de serviços e instalações equivalentes aos existentes em hotéis de luxo. Atualmente, existem dois em São Paulo e, até o final do ano, serão investidos R$ 30 milhões para erguer mais dois; no Rio e em São Paulo. A ?guerra? vai longe.