02/10/2022 - 13:21
MIAMI (Reuters) – Os restos do furacão Ian passaram pela Virginia no começo deste domingo, enquanto moradores na Flórida e nas Carolinas do Norte e do Sul se veem diante de uma recuperação do desastre que deve custar dezenas de bilhões de dólares.
Também se espera que o número de mortos pela tempestade cresça, à medida em que as águas recuam e equipes de resgate avançam em áreas que estavam inicialmente inacessíveis, buscando sobreviventes e os corpos de quem possa ter falecido.
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Pelo menos 50 mortes relacionadas à tempestade foram confirmadas desde que o Ian chegou à costa do Golfo da Flórida com força catastrófica na quarta-feira, como um furacão de categoria 4, com ventos sustentados de até 240 km/hora.
A Flórida sofreu a maior parte das mortes, com 35, segundo o gabinete do xerife do condado de Lee, na costa, que sofreu o impacto da tempestade quando ela atingiu o continente. Outras 11 mortes foram relatadas por autoridades estaduais em quatro condados vizinhos.
O presidente Joe Biden e a primeira-dama, Jill Biden, verão a devastação na Flórida de perto na quarta-feira, afirmou a Casa Branca em um comunicado no fim do sábado. Os Bidens visitarão Porto Rico na segunda-feira, onde centenas de milhares de pessoas ainda estão sem energia elétrica duas semanas depois de o furacão Fiona atingir a ilha.
Cuba está restaurando sua energia elétrica após o Ian derrubar a rede de todo o país, derrubar casas e obliterar campos agrícolas.
Autoridades na Carolina do Norte disseram que pelo menos quatro pessoas morreram no estado. Nenhuma morte foi relatada em um primeiro momento na Carolina do Sul, aonde o Ian chegou na última sexta-feira.
Desde então, o Ian reduziu-se a um ciclo pós-tropical cada vez mais fraco.
O Centro Nacional de Furacões disse que chuvas fortes adicionais eram possíveis em partes da Virgínia Ocidental e no leste de Maryland na manhã deste domingo, mesmo com “enchentes grandes ou recordes” previstas para a região central da Flórida.
Após ser reduzido a uma tempestade tropical no fim de sua trajetória pela Flórida para o Atlântico, o Ian recuperou força de furacão e atingiu a costa da Carolina do Sul na sexta-feira, devastando a costa perto de Georgetown, ao norte da histórica cidade portuária de Charleston, com ventos sustentados de 140 km/h.
Desaparecidos
Até a sexta-feira, cerca de 10.000 pessoas estavam desaparecidas na Flórida, segundo o diretor-administrativo de emergência do estado. Ele afirmou que muitas delas provavelmente apareceriam após terem sido deslocadas e estarem inacessíveis por causa das interrupções nos serviços de energia e telefonia.
Aproximadamente 837.000 negócios e casas continuavam sem energia elétrica até a manhã de domingo apenas na Flórida, onde mais de dois milhões de consumidores ficaram sem energia elétrica na primeira noite da tempestade.
Empresas de seguro se preparam para reivindicações em valores entre 28 bilhões e 47 bilhões de dólares, o que pode ser a tempestade mais custosa da Flórida desde o furacão Andrew, em 1992, segundo a CoreLogic, empresa de dados e análise.
(Reportagem de Por Brad Brooks em Miami e Fort Myers; Reportagem adicional de Jonathan Drake em Charleston, Carolina do Sul; Kanishka Singh, Sharon Bernstein, Makini Brice, Maria Alejandra Cadona e Juby Babu)