05/05/2023 - 15:53
Por Ann Saphir e Howard Schneider
(Reuters) – Um importante fluxo de dados que será divulgado até a reunião de junho do Federal Reserve, e a uma possível pausa no aumento da taxa básica de juros, começou nesta sexta-feira com um relatório de empregos mais forte do que o esperado, uma indicação que as vagas de trabalho e o crescimento dos salários nos Estados Unidos permanecem resilientes.
Dados mostrando que a economia norte-americana criou 253.000 postos de trabalho em abril, com o salário médio em alta de 4,4% na comparação anual, são apenas os primeiros de uma série de relatórios que o Fed receberá antes da reunião de 13 e 14 de junho, incluindo novas informações sobre os preços a partir da próxima semana. Os dados em si não mudaram as amplas expectativas do mercado de que o banco central dos EUA manterá a taxa de juros estável em uma faixa de 5% a 5,25% no próximo mês.
O crescimento do emprego está em desaceleração, com a folha salarial apresentando agora ganhos médios no trimestre de 222.000 contra mais de meio milhão no início de 2022.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse nesta semana não acreditar que os atuais aumentos salariais sejam necessariamente a causa de preços mais altos e destacou que os dois “tendem a se mover juntos” de maneiras difíceis de separar. No entanto, um relatório de produtividade desta semana mostrou que a produção por trabalhador caiu nos primeiros três meses do ano e os custos unitários do trabalho dispararam.
Operadores de futuros vinculados à taxa básica de juros do Fed reduziram apostas para cortes nos custos de empréstimos a partir da reunião de julho, mas ainda acham que o Fed será solicitado a passar da luta contra a inflação para a proteção do crescimento com reduções da taxa básica a partir de setembro até o restante do ano.
“Temos uma visão de que a inflação não cairá tão rapidamente”, disse Powell em coletiva de imprensa na quarta-feira. “Vai levar algum tempo. E nesse mundo, se essa previsão estiver certa, não seria apropriado cortar os juros, e não vamos cortar os juros.”