O fluxo total de veículos em estradas com pedágio recuou 1,2% na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, informaram a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e a Tendências Consultoria Integrada.

Nas aberturas, o fluxo de veículos pesados contraiu 0,4% na margem, enquanto o de veículos leves caiu ainda mais: 1,2%.

Na comparação com março de 2023, contudo, o fluxo total de veículos cresceu 2,4%, puxado pela alta de 4,1% no fluxo de veículos leves no período. Já nos veículos pesados, houve recuo de 2,7% no fluxo em estradas com pedágio, também pela base de comparação interanual.

Nos últimos 12 meses, o índice total acumula crescimento de 5,2%, como resultado do aumento de 5,7% no fluxo de veículos leves e de 3,8% no de pesados

“A queda de fluxo de leves em março na margem intensifica a tendência de perda de tração demonstrada nos últimos meses”, destacaram, em nota, os analistas da Tendências Consultoria Thiago Xavier e Davi Gonçalves.

Para eles, essa perda de dinamismo pode ser explicada por um ambiente macroeconômico com sinais iniciais de perda de dinamismo no mercado de trabalho, aliado ao incremento das pressões inflacionárias, que afetou o orçamento familiar no período.

“Além disso, a relativa estabilidade em 2024 deve ser contextualizada. O indicador se encontra em patamar historicamente elevado, apenas 2,3% abaixo de dezembro de 2023 , quando houve o pico da série histórica, iniciada em 1999”, acrescentam os analistas.

Em relação ao fluxo de veículos pesados, Xavier e Gonçalves apontam que o segmento tem captado as limitações do baixo desempenho da indústria e da menor produção de grãos neste ano. “À frente, a demanda por fretes logísticos deve captar forças distintas – de um lado, o desaquecimento da demanda por escoamento agrícola e, por outro lado, o crescimento gradual da produção industrial”, preveem.

Estados

O fluxo total de veículos em rodovias com pedágio em São Paulo caiu 1,3% em março frente a fevereiro, em termos dessazonalizados, de acordo com a ABCR. O segmento de leves apresentou queda de 1,5%, enquanto o fluxo de veículos pesados diminuiu 0,1% no período.

Em relação ao mesmo período de 2023, o índice total em São Paulo cresceu 2,3%, com a alta de 3,8% nos veículos leves mais do que compensando a queda de 2,6% nos pesados.

No Rio de Janeiro, o fluxo total apresentou recuo de 1,9% na margem em março, com queda de 2,5% nos veículos leves, mas crescimento de 1,8% no fluxo de veículos pesados.

Na comparação interanual, o fluxo de veículos no Rio de Janeiro contraiu 1,8% em março, com recuos de 1,8% nos leves e de 1,9% nos pesados.