O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta sexta-feira (30) a criação de um novo instrumento de crédito para ajudar rapidamente os países que enfrentam situação de “insegurança alimentar aguda”, em meio à disparada da inflação em todo o mundo.

A nova Janela de Choque Alimentar dará acesso adicional ao financiamento de emergência “para ajudar pessoas em países vulneráveis a lidar com uma das piores crises de todas: a fome”, afirmou, em nota, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

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Os choques climáticos, as guerras e a pandemia de covid-19 afetaram a produção e a distribuição de alimentos, “aumentando o custo alimentar das pessoas”, disse.

Mas, “a guerra da Rússia na Ucrânia fez subir ainda mais o preço dos alimentos e dos fertilizantes”.

“Consequentemente, uma crise alimentar está se espalhando por todo o mundo, com um recorde de 345 milhões de pessoas cujas vidas e meios de subsistência estão em perigo imediato pela insegurança alimentar aguda”, alertou Georgieva.

O novo mecanismo vai funcionar durante um ano.

Segundo Georgieva, pode ser usado quando as subvenções e o financiamento em condições favoráveis dos sócios não forem suficientes ou não seja possível um programa apoiado pelo FMI.

Faz parte de dois programas de emergência, criados pelo Fundo para ajudar os países a lidar com os impactos da pandemia: o Serviço de Crédito Rápido, que fornece empréstimos sem juros por até dez anos para os países mais pobres; e o Instrumento de Financiamento Rápido, que é voltado para as economias mais ricas e deve ser reembolsado em cinco anos no máximo.