12/12/2016 - 19:14
Os menores países do mundo são altamente vulneráveis às mudanças climáticas e devem trabalhar para se adaptar à medida que o nível do mar sobe e as tempestades se tornam mais frequentes, de acordo com um relatório do FMI publicado nesta segunda-feira.
No entanto, as necessidades de tais Estados – aqueles com as menores populações e menos massa de terra – estão subfinanciadas em cerca de US$ 1 bilhão anualmente, segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pediu tanto ao fundo como aos Estados-membros menores que colaborem com a preparação para a vida em um planeta mais quente e mais propenso a desastres.
Ao contrário dos países maiores, que podem absorver os danos catastróficos causados por desastres naturais com mais facilidade, os Estados pequenos são mais propensos a ter suas populações e economias afetadas, disse o diretor-assistente para estratégia e política do FMI, Peter Allum, que coordenou o projeto, durante uma conferência telefônica com repórteres.
“Isso aumenta o tamanho do desastre em relação ao tamanho da economia e da sua base de recursos”, disse.
O estudo examinou 34 países-membros do FMI em desenvolvimento com populações de menos de 1,5 milhão na África, Ásia-Pacífico, Caribe e outros lugares, e descobriu que cerca de um em cada 10 desastres naturais resultou em danos superiores a 30% do PIB. Em outros países, esta cifra cai para um em cada 100 desastres naturais.
Os custos anuais para as economias dos pequenos estados foram em média 2% do PIB, quatro vezes mais do que para outros países, disse Allum.
A nação insular de Vanuatu, no Pacífico, com uma população de menos de 300 mil habitantes, aproveitou as ferramentas de financiamento de emergência do FMI depois de ter sido devastada pelo ciclone Pam no ano passado, uma das piores catástrofes naturais da história do arquipélago, acrescentou.
O ciclone de categoria 5 fez a economia do país contrair 0,8% em 2015, quando a previsão de crescimento era de 3,5%, disse o fundo. O conselho do FMI aprovou cerca de US$ 24 milhões em fundos de emergência, ajudando o país a atender às necessidades de balanço de pagamentos e incentivando o apoio de outros doadores de ajudas.
Mas como os pequenos Estados se beneficiaram muito menos do que os países maiores das reformas recentes desse financiamento, o FMI está agora considerando aumentar os limites do acesso ao financiamento de emergência.
Embora várias propostas de políticas possam ser apropriadas para os países-membros na preparação e redução de riscos, segundo o estudo, o próprio fundo deve mudar suas avaliações de risco para incluir desastres naturais e incentivar políticas econômicas que reflitam os perigos que os pequenos Estados enfrentam.